Mais uma vez... Desapareço!

Sinto que estou caindo, caindo em um grande buraco e escuro, onde nao há ninguém para me segurar e me puxar para cima. tenho chamar alguém mas ninguém me escuta ou estão apenas tapando os ouvidos para não me escutar ao meu meu chamado.

Cada vez mais lá embaixo, descendo sozinha, agoniada e desesperada por uma ajuda. De repente...Puft... Silêncio total, apenas o som das pedras caindo sobre mim.

Bati a cabeça bem forte e comecei a escutar uma sirene ao longe, bem alta, quase me deixando surda.

Ela soava dentro da minha cabeça, me fazendo acreditar que finalmente alguém veio atender o meu chamando.

Comecei a gritar e a me debater nas paredes deste terrível buraco.

Olhava para cima... Nada. Nem luz, nem pessoas, nem vozes, nada, apenas escuro.

Nesse instante fiquei desesperada pensando no que seria de mim se eu continuasse lá dentro... Daquele buraco maldito.

Tentei de todas as forças escalar sobre as pedras que cada vez mais machucavam as minhas mãos, mas nada dava resultado.

Então agachai-me e horei, chorei muito, pedindo e implorando para que alguém viesse me ajudar.

Era um choro triste, que aparentava ter bastante melancolia naquelas lágrimas que escorriam parendo laminasque aos poucos iam cortando meu rosto.

Quando havia perdido todas as esperanças de que eu poderia sair dali, ouvi um assovia bem baixinho, calma, que me tranquilizava...

Levantei o mais rapido que pude e percebi que esse buraco, grande, profundo e escuro, nada mais é que o meu solitário coração.

E pude ver uma mão estendida à minha direção.

Agarrei aquela mão e sumi para a superfície.

Quando consegui colocar os pés no chão, olhei bem fundo naqueles olhos, e reparei que era a paixão que havia me salvado,, reparei também que a paixão tinha belas mãos, e que era um menino que continha um coração enorme, e que nesse coração não havia maldade, ele era puro, transparente como água.

Abracei forte essa pessoa e lhe dei um beijo.

Foi um beijo demorado, que envolvia uma porção de sentimentos, um pouco de cada, em sua dose certa.

Esse beijo demorou dois anos para acabar, e nesse beijo havia vários momentos, muitos sorrisos, muita felicidade, alguns momentos tristes, algumas brigas, e muito, muio amor.

Houve muitas mudanças, muito aprendizado, algumas quedas e recaídas, mas na maioria das vezes houve apenas cabeça erguida.

Nesse beijo muitas confissões foram feitas e algumas lágrimas rolaram, mas tudo isso passou.

Quando o fôlego acabou, olhei no fundo dos olhos daquele menino e me despedi.

Foi uma despedida dolorosa, com muito sofrimento e lágrimas, mas talvez essa tenha sido a escolha certa.

Quando me virei para continuar andando e deixar tudo o que passou para trás, dei de frente com o grande buraco profundo, escuro e frio. Fui caindo, a luz desaparecendo, e aquela sirene mais uma vez soava em minha cabeça... Era sinal de que havia atingido o chão.

Mais uma vez chorei, e de tanto chorar me afoguei sem ao menos poder dar o último adeus...

Babinha
Enviado por Babinha em 18/05/2006
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