A louca lucidez

Uma vez na minha são loucura pensei em me jogar de um grande prédio... do lugar mais alto e mais discreto que pudesse haver, seja ele onde for. Pegaria uma bolsa e dentro estariam meus textos escritos em folhas de caderno, de oficio, em páginas de livro, em papeis sujos, enfim, textos escritos... também colocaria folhas em branco e outras folhas cheia de palavras embaralhadas, fecharia minha bolsa e saltaria com um sorisso no rosto, de olhos fechados para não sentir medo algum e com os olhos fechados sentir a liberdade do vôo, a livre expressão da minha loucura que pairava no ar com meu corpo. E me perguntaram o porque da bolsa, dos textos, de tantas folhas... respondi na agonia de meus pensamentos e na tristeza de estar estirado ao chão, que os textos escritos eram aqueles que já tinham passado, que as folhas em branco eram os que eu ainda iria escrever e que as palavras que estavam embaralhadas eram as palavras que eu iria usar, mas que infelizmente não usei no pleno exercicio da loucura que me consome e que me mata sem nem mesmo precisar saltar de predios ou tomar venenos, porque a frouxidão quase que não ditas, das palavras que matam minha lucidez pouco a pouco.

Robson Veloso
Enviado por Robson Veloso em 16/05/2005
Código do texto: T17325