AOS MENDIGOS DE TODOS NÓS

Nas ruas estreitas espreita

o vagabundo cioso de suas coisas

lava a cara na fonte quando é

despertado o dia.

Arruma bem dobrado os seus

cobertores e deixa a «casa» em

ordem, antes de se fazer à estrada

para mais um dia de pedinchice.

Tenta pentear-se mas o cabelo

não consente de tão sebento que

está, molha a cabeça e aventura-se

na manhã acabada de nascer.

Nas mãos leva um saco para guardar

o que lhe forem dando, de

preferência comida, que o dinheiro

não enche a barriga.

Percorre estradas e ruelas de mão

esticada apelando aos senhores

e senhoras que sejam complacentes

com ele, que nada tem ou usufrui.

O saco vai-se avolumando de fruta

e de pão, algumas moedas à mistura,

enquanto ele calcorreia ruas a perder

de vista, o sol é implacável.

Quando a tarde se põe regressa a casa

num vão de escadas e põe-se a observar

o ganho do dia, não vai passar por fome

hoje, mas cada dia é um dia de sobrevivência.

Sejamos honestos para connosco

próprios e ajudemos estes pobres

mendigos, dando-lhes atenção e comida

que os faça um pouco mais ricos.

Depois de comer enrola-se no cobertor

e nos jornais e assim adormece

após mais uma refeição que o altruísmo

de certas pessoas lhe concedeu.

São humanos como nós, que sofrem

e agonizam dia após dia por uma migalha

de pão e se possível por novos cobertores

que os últimos estão gastos e rasgados.

Sejamos nos outros o que gostaríamos

para nós próprios sendo bons samaritanos

e praticando boas acções que trará a

felicidade a quem não tem nada.

Jorge Humberto

25/06/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/06/2010
Código do texto: T2342436
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