O ANTAGONISMO AO AMOR

                                                "Amados, se Deus assim nos amou, também
                                        nós devemos amar uns aos outros. E nós conhecemos
                                          e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor e 
                                             quem está em amor está em Deus, e Deus, nele".
                                                                   (1 JOÃO 4.11,16)

          Geralmente, se afirma que o contrário ao amor é o ódio. Isso está longe de ser a verdade última, pois podemos descrever este antagonismo de duas formas:

1º - Antagonismo na forma "ATIVA": Em sua forma ativa, sim, o contrário ao amor se manifesta como ódio. Aquele que odeia "vai ao encontro" do ser odiado (objeto do seu ódio) para lhe fazer mal. Quem odeia "investe" contra; age para promover danos ao sujeito que é odiado, na maioria das vezes por vingança.

2º - Antagonismo na forma "PASSIVA": Já na forma passiva, aquele que não ama, desde que não seja ofendido, não chega a odiar! O grande problema é que seu amor é tão introspectivo que não passa de amor próprio - que em sentido extremo, é "autolatria". Assim sendo, podemos traduzir o antagonismo ao amor em sua forma passiva como egoísmo.

          Para quem acredita nos ensimanentos de Cristo sobre o amor ao próximo, em especial, aqueles narrados pelo apóstolo João em sua primeira epístola, o egoísmo acaba sendo mais perigoso do que o ódio. Ao agirmos motivados pelo ódio num momento súbito, podemos nos sentir constrangidos pela vergonha e chegar ao arrependimento -- Um único lampejo de sensatez é o que o Espírito Santo precisa para nos convercer do mal que praticamos. Além do que, é impossível para o ser humano odiar a todos!
          No egoísmo, amamos tanto a nós mesmos que não "sobra" amor para compartilhar com o próximo, e corremos o sério risco que é pertinente a esse tipo de sentimento: a autojustificação. Quando o nosso egoísmo nos é apresentado, gostamos de dizer: "Pelo menos eu não faço o mal aos outros"!
          Devemos ter muito cuidado, pois até um ato de caridade pode ser um fruto peco do egoísmo disfarçado de filantropia, e isso se manifesta quando fazemos o bem ao próximo pensando em nós mesmos, em como seremos reconhecidos. Autojustificar-se é o mesmo que dizer a Deus que não precisamos dele para nos sentirmos perdoados e bons, e que podemos "fazer" o bem para ficarmos "bem na foto". Neste caso, como em uma verdadeira aula de Gramática da Língua Portuguesa, esse egoísmo disfarçado de amor passa a ser o "agente da passiva".

Ex.: egoísmo venceu o amor.   /   O amor foi vencido pelo egoísmo.

          Jamais haverá apoio ao ódio e nem justificativa para o egoísmo. Ambos são inimigos do amor, pois lutam o tempo inteiro para destruí-lo no coração dos homens. Um vai acendendo a fogueira da cólera e alimentando-a com as lenhas do ressentimento. O outro vai dormindo e roncando enquanto o "circo pega fogo".

          Enquanto não é bem entendido e recebido o amor permanece antagônico, e no coração humano ele só vencerá os seus dois piores inimigos se receber toda a ajuda providencial já à disposição: "Água e Espírito".

Danilo Estevo
Enviado por Danilo Estevo em 16/07/2010
Reeditado em 27/07/2010
Código do texto: T2381481
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