e finjo

É tão óbvio que as palavras se esgotaram. E esgotam-se, aliás. Às vezes eu me sinto na obrigação de escrever alguma coisa boa ou sensível, alguma coisa que me acalme por dentro.

Outro dia eu confessei. Muitos dias. Pra muitas pessoas. As palavras sairam da minha boca tão fácil, como se eu estivesse dissecando meu peito. Camada por camada, pele, sangue e [acredite se quiser] nenhuma dor. Não. O que eu senti foi alívio. Revolta. Agitação. MEDO. Foi como se eu estivesse caindo de cima de um prédio, de olhos bem fechados e gritando a plenos pulmões tudo o que é sombrio dentro de mim.

Que eu te amo, que eu te amei, que eu não saberia dizer se alguém mais é tão imbecil e ao mesmo tempo tão masoquista quanto eu tenho me mostrado.

E você não notou, cara?

É claro que notou.

Claro.

A vida cavou aos poucos, tirou as pedras, grão por grão, bem fundo, até que começasse a doer, até meus olhos arderem, até as lágrimas inundarem… essa porra de abismo.

Eu te vejo do outro lado. Está sorrindo, está feliz [realmente feliz]. E quando você me enxerga, eu finjo que também só te vi agora, te falo de outros garotos e peço conselhos, te conto umas mentiras que você nem se preocupa em confirmar, porque é como um baralho das mesmas cartas e em todas as apostas, isso se repete.

e você se cansou ):

brenda
Enviado por brenda em 25/08/2010
Código do texto: T2457705
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.