Liberdade (IV)

Não tenho marcas no lombo,
posso voar além das planícies,
me desvencilhar dos compromissos
e retornar ao caos
de mim mesma...
Posso chorar nas praças públicas
sem que ninguém desconfie
do quanto me dói algumas coisas...
Posso gritar meu descontentamento
de incompreensão
da sorte
da espera infinita
e sorrir à todos
como um pagamento.
Posso falar da solidão de alguns;
Posso ser a solidão para outros,
mas ninguém saberá
o quanto me sinto sozinha...
Posso ir e vir
sem explicações
assim como a chuva
que cai agora...
livre... fria... absoluta...
Angela Lara
Enviado por Angela Lara em 19/06/2005
Reeditado em 24/10/2006
Código do texto: T26081
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