Um texto sobre a solidão

Aqueles momentos em que chegamos do trabalho, tiramos os sapatos, colocamos a bolsa na mesa e corremos para tomar um banho... É o inicio da noite mais solitária da história.

Quem aqui nunca chorou debaixo do chuveiro? Ok, atire a primeira pedra. Talvez você seja forte o suficiente para suportar aquele abraço frio do silêncio. Eu quero refletir sobre a solidão e pesa-la, de alguma forma, trazendo para mim uma certeza sólida de que ela não vai me deixar triste de novo.

Os gritos, as conversas, as mãos, os olhares, as músicas e os perfumes, todos ecoam na sua mente e saem pelos seus poros. E você está lá sentado no sofá, pensando se realmente vale a pena continuar com esta guerra interna.

Você briga com seus próprios sentimentos, tenta entender e se entender e percebe que não haverá ninguém para dizer o que você deve fazer... Então você sente falta de ser criança.

Agora a decisão é sua.

A TV está ligada, mas você não sabe o que está assistindo, seus olhos apenas vidraram na tela mas seu pensamento vaga por milhões de outros cantos e há ainda aquela lágrima brotando no canto dos olhos.

Este é um texto sobre a solidão.

Acho que para se exilar deste sentimento, criaram redes sociais, salas de bate papo, mensageiros instantâneos, pois assim mesmo em um quarto escuro você estaria "cercado" de pessoas, colocando a sua disposição a opinião delas sobre a vida e sobre os acontecimentos do dia-a-dia.

Triste é pensar que provavelmente cada um deles estão assim, como você está.

Não chore! Não pense em desistir! Não tente não dormir por hoje, descanse.

A solidão passa quando você se levanta, se arruma e vai para o trabalho.

A solidão acaba da porta da sua casa para a rua, enquanto o trânsito grita lá fora para engolir todos sua paciência.

A solidão acaba quando alguém te liga durante o dia pedindo um favor seu.

A solidão se vai...

E quando você voltar, vai tirar os sapatos, vai olhar a TV e vai sentar... E novamente a música vai soar solitária em seus ouvidos.