Kali
O que sou ninguém sabe
Pois, mesmo eu faço de mim uma ilusão
Acreditando que em palavras
Posso tirar a máscara que não cobre só o rosto
Mas a alma
Máscara, flashes do que é
Nada assim definido
Transparente, como uma coisa só
Na verdade é trovão e relâmpago
Forte, sombrio e belo
Fraco
Flor que cresce sozinha
Envolta em gelo e pedra
Rio correndo, constante
Sol que brilha, muito forte
Atrás de nuvens que avisam sobre a tempestade
Mãe que destrói para que renasça
Faça com que quando cair à tempestade
Quando derreter a geleira
Em meio ao caos
Ainda reste a flor
Que ainda se possa ver a alvorada
Que frente à fria lâmina
O poeta não morra
A criança não se esconda
O homem tenha coragem
A mulher lute e sobreviva
Ao moinho do mundo, que rode livremente
Seja aceito, contemplado
Que se possa pular no abismo
Transcender
Que eu não tema a escuridão do Ser
E que, quando houver Sombra e o Silencio
Eu permaneça
Flor, devastada pelo sol
Rio, iluminando a floresta