Kali

O que sou ninguém sabe

Pois, mesmo eu faço de mim uma ilusão

Acreditando que em palavras

Posso tirar a máscara que não cobre só o rosto

Mas a alma

Máscara, flashes do que é

Nada assim definido

Transparente, como uma coisa só

Na verdade é trovão e relâmpago

Forte, sombrio e belo

Fraco

Flor que cresce sozinha

Envolta em gelo e pedra

Rio correndo, constante

Sol que brilha, muito forte

Atrás de nuvens que avisam sobre a tempestade

Mãe que destrói para que renasça

Faça com que quando cair à tempestade

Quando derreter a geleira

Em meio ao caos

Ainda reste a flor

Que ainda se possa ver a alvorada

Que frente à fria lâmina

O poeta não morra

A criança não se esconda

O homem tenha coragem

A mulher lute e sobreviva

Ao moinho do mundo, que rode livremente

Seja aceito, contemplado

Que se possa pular no abismo

Transcender

Que eu não tema a escuridão do Ser

E que, quando houver Sombra e o Silencio

Eu permaneça

Flor, devastada pelo sol

Rio, iluminando a floresta

Lilian de Oliveira
Enviado por Lilian de Oliveira em 06/11/2006
Reeditado em 06/11/2006
Código do texto: T283295