Armistício

Wilson Correia

Na vida a dois, nada é mais medieval do que esta de: ‘quem é mais em alguma coisa, o homem ou a mulher?’

Fica parecendo cartada infantilóide de inseguros buscando autoafirmação a qualquer joguinho que tem por aí.

Cá com os meus botões, eu me pergunto: e se a energia gasta na vivência dos contrastes cedesse lugar ao brilho da cooperação que atua a favor?

Em benefício dele e dela. Heim?

De nada adianta saber quem é ‘mais não sei em quê’, e, depois, não ter noção de a que esse ‘mais’ pode se prestar.

Contudo, como de loucuras a vida anda pelos ladrões, aí está essa de não darmos atenção ao fato de que é na associação de nossos ‘mais compartilhados’ que nossos ‘menos individuais’ podem ser deixados para trás.

Talvez seria bom recordarmos que ‘relacionamento a dois’ deve servir para um potencializar o ‘bom’ que o outro tem, e não para ser pista de corrida àquele que acha que ‘ser mais em alguma coisa’ se basta a si mesmo e ponto final.

O que seria dos ‘mais’ se os ‘menos’ ao redor não estivessem do lado para vibrar e aplaudir?