Do jeito que dá

Não vou perder meu tempo tentando entender a vida.

Vou vivendo até onde dá, de um jeito que me faça feliz.

Do jeito que me deixa livre pra eu escolher as verdades,

do jeito que me mostre quão covarde os covardes sabem ser quando estão acuados, à beira do abismo.

Vou levando o sorriso de quem merece e o abraço dos meus amigos que me chamam de vagabundo, quando isso só significa 'meu irmão'.

E assim vou levando a vida de cabeça apontada pro céu. Porque o chão eu deixo pra quem me idolatra, mas não assume, e transforma isso numa inveja feia, coisa de gente não-evoluída.

Pode ser que amanhã eu acorde arrependido de tudo que fiz hoje, mas não posso ficar parado remoendo o passado e pensando no que as pessoas pensam sobre mim.

Do jeito que dá, vou matando meus dragões, superando meus medos, lidando com a saudade e vendo que tudo passa e nada é eterno. Nem mesmo a decepção. Ela passa, se desfaz. Assim como a vida e tudo o que existe nela.

Do jeito que dá, quando a barra pesar, penso nos meus amigos, irmãos e irmãs que eu escolhi, e respiro fundo, aliviado de ter quem me ama e não tem vergonha de dizer isso, mesmo que seja apenas com um abraço longo. E verdadeiro.

Do jeito que dá, vou rompendo os dias. Buscando ser um homem melhor, vou fazendo graça da tristeza e dizendo 'seja bem-vindo' pro meu futuro.

É isso aí.

Valdson Tolentino Filho
Enviado por Valdson Tolentino Filho em 10/02/2012
Código do texto: T3491951