Águas de Novembro

No grande mar da Vida...

Navegando vou vivendo

vou vivendo navegando...

Hoje, vejo meu barco à deriva...

Vez em quando sopra a leve brisa

trazendo esperança

mas, tão leve que meu barco

nem balança...

Meu porto alegre, já não é o mesmo

não mais enxergo onde me amarrar...

só enxergo, o meu barco e seus

buracos a consertar...

Óh, grandioso e infinito mar

Ainda há muito a navegar

Muito em ti já naveguei...

Terra firme, dia ensolarado

quantas vezes já avistei...

quantas vezes pudia ter aportado

Mas meu barco... tão despreparado

ora pelo medo, ora afobado...

O tempo já passou...

Vem passando...

Eu aqui, sozinho... remando...

remando... sozinho...

Será esse o meu caminho?!

É novembro, amargo novembro

Mais uma volta inteirada

E o que dela foi aproveitada?

Quanto já naveguei? Sai do lugar?

Pra onde estou indo? Quando vou chegar?

Num contar de onze dias...

olhando pro interior

da embarcação

só vejo o vazio da escuridão...

Gabriel Oshida
Enviado por Gabriel Oshida em 08/11/2012
Reeditado em 09/11/2012
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