7 parágrafos

Não há palavras suficientes para descrever todas as idiossincrasias da comunicação e da emoção humana, verdade é pois que isso é uma contradição a la Pirandello, mas que se pode fazer senão continuar fazendo aquilo que se deseja fazer mesmo sabendo que o que se faz não é, nem de longe, aquilo que se pretendia fazer... Isso não nos deve esmorecer.

Meu nome é esse aí mesmo, mas tinha outro, e de pia também... Aliás, nem sei se esse aí é também de pia, creio que de pia mesmo apenas o primeiro, o segundo é do mundo, e assim me sinto melhor, não que me sinta bem, há-de haver sempre algo que incomode um ser humano, sentir-se bem fica para os outros animais, porque mesmo eles nem sabem o que seja isso que disse, nem nunca hão de saber, que seja assim com for então.

Profissão? tive muitas, e as tenho, por que esquecer coisas tão importantes, vai que a gente cai, e porque andou pelos altos, não se sabe mais andar pelos baixos... Não que eu esteja dizendo que andei ou ando pelos autos, entenda aí, sempre isso de ter que se explicar, todavia se a compreensão assim desse modo já é impossível como tal, imagina sem uma palavrinha aqui outra ali entre parenteses e tal para explicar isso ou aquilo...?

Amor? Amei que me melei e nunca mais me limpei disso, esse negócio que o lusitano disse ser fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente, um contentamento descontente, dor que desatina sem doer... Que lá em Coríntios diz também que se ainda que se falasse a língua dos Anjos, que se falasse a língua dos homens, coisa de muito de difícil de se aprender, sem Amor ninguém nem nada seria...

Pois então, de amor e de dor todo mundo nasce cheio, ou se enche depois, ou se enche mais e mais, e nunca que chega da conta certa de se amar e parar por aí, ou por ali sob certa medida... Você aguente, o amor é assim mesmo, não existe, mas dar sentido a toda a nossa vida das gentes...

Solidão? bão, disso ninguém também há-de escapar, uns, como eu, mas não creia tanto nisso, já nasce assim dentro dela, e ela se infiltra para dentro da gente que a gente a entende sem poder dizer bem o que ela seja... Mire veja, a gente assim como eu entende bem a solidão de toda a gente, e a sente, e até a chora, é uma agonia de ver, gente assim era de nascer cego, e sem os outros mil e tantos sentidos que torna a gente sempre a qualquer instante comovido sem se saber o porquê...

Dizem os iniciados da Doutrina que existe assim como a onda eletromagnética uma outra mais tênue que jamais deixa-se de emitir as torres que somos, ondas cerebrais... E que no estado que se encontra o teu nosso humor, vibramos sob determinadas frequências emitidas para tão longe que vai mesmo até as confidências dos mundos perelmannianos, veja bem...

Não é mais uma questão de fé, é um teorema matemático, e queira ou não, se tu não entendemos a nossa solidão assim às vezes muimuito profunda é porque ela pode ser de outro ser.. veja o que digo, de outro ser que pode estar vestido da mesma vestimenta como tu nós, ou não, que se encostou ali pertinho porque sentiu, demos permissão ao emitir as tais ondas cerebrais, conscientes ou nãos, trouxe ali para perto de nós tal luz o ser, ou seres que a nós se achega e fica caladinho, sozizinho... coitadinho.

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 27/02/2013
Reeditado em 27/02/2013
Código do texto: T4161893
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