UM DOCE LAMENTO
 

 Tenho no peito um coração
Cheio de sonhos
E na cabeça um cérebro privilegiado.
Tenho na voz o doce do meu canto,
Porém nas mãos não tenho
Quase nada.
Semeei flores pelos caminhos
Por onde andei,
Porém não aprendi a extrair espinhos
E esses tentam de toda sorte
Ferir-me os dias.
Alimentei os beija-flores,
Com a água doce de meu cantar,
Para que como agora,
Eles estivessem a cantar comigo;
E está lindo este entardecer
Com o cantar dos pássaros!
Até parece que ouviram a minha súplica
E vieram com o por do sol
Incrivelmente inspirador,
Para cantar comigo.