Mestres de Vidro

Meus mestres se viciaram em cocaína

Cada um deles, à seu modo, decapou suas pernas

E agora agonizam num eterno pedestal de cristal e cobre

Estruturas de vidro

Sendo derrubadas, uma a uma

Eu vejo cada um dos meus sonhos sendo destruídos

Cada pensamento, derrotado

Todas as partes do meu corpo estão destroçadas

Eu assisto, pasma, tudo caindo

Cada pedra, cada um dos pedaços de vidros que se destroem com uma imensa facilidade

Eu sou apenas quem assiste.

De uma forma maligna

Cada pedaço de carne do meu corpo de dissolve

E eu posso acompanhar cada segundo de dor

Eu nao desmaio, eu nao durmo, nao consigo

Tudo para me manter acordada observando me apodrecer

Uma batalha com cada uma daquelas pessoas de vidro fino e frágil que vivem e aparecem em mim a cada ação

Elas desabam, são esmagadas por vento

Eu nao tenho do que reclamar

Nao posso observar de longe

É a minha vida que tomo conta

É nela que me perco em fios de areia

E agora me encho daquilo que me traz força e morte

Maria Aguilar
Enviado por Maria Aguilar em 30/03/2007
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