Mestres de Vidro
Meus mestres se viciaram em cocaína
Cada um deles, à seu modo, decapou suas pernas
E agora agonizam num eterno pedestal de cristal e cobre
Estruturas de vidro
Sendo derrubadas, uma a uma
Eu vejo cada um dos meus sonhos sendo destruídos
Cada pensamento, derrotado
Todas as partes do meu corpo estão destroçadas
Eu assisto, pasma, tudo caindo
Cada pedra, cada um dos pedaços de vidros que se destroem com uma imensa facilidade
Eu sou apenas quem assiste.
De uma forma maligna
Cada pedaço de carne do meu corpo de dissolve
E eu posso acompanhar cada segundo de dor
Eu nao desmaio, eu nao durmo, nao consigo
Tudo para me manter acordada observando me apodrecer
Uma batalha com cada uma daquelas pessoas de vidro fino e frágil que vivem e aparecem em mim a cada ação
Elas desabam, são esmagadas por vento
Eu nao tenho do que reclamar
Nao posso observar de longe
É a minha vida que tomo conta
É nela que me perco em fios de areia
E agora me encho daquilo que me traz força e morte