SÁBADO SEM SAL NEM AÇUCAR!...

SÁBADO SEM SAL NEM AÇUCAR!...

Um velório em pleno carnaval...
Assim é este sábado sem pimenta, sem sal... Um dia sem brilho
e sem energia em quê, de certo,
não acabará em pizza!

Seja como for e assim o é,
nem vatapá, sequer, acarajé...
A emoção está mais volúvel
e não se consolida e nem se fixa...
Prenúncio de um domingo 0 x 0...

(leia-se oxo)

Fim de semana sem pernas,
completamente coxo!
Troncho...
chato...
froxo!...

"Hoje é sábado, amanhã é domingo.
O dia vem em ondas como o mar...
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo... Mas, por via das dúvidas,
livrai-nos Senhor de todo o mal!..."

(Vinicius de Moraes - "Dia da Criação")

Sábado, o 7º dia...
Deveríamos comemorar
com cânticos, vinho e euforia...
Mas, não! O meu sábado é sempre
sem qualquer motivação...

O que salva meu sábado
é arrumar a casa e fazer poesia...
Lembrar do passado e dos filhos
Pensar nos netos, ler livros...
Ouvir música boa pra limpar os ouvidos...

(João Gilberto & Tom Jobim)

Da poluição que assola a atmosfera
da cidade, ensurdecedora nos ouvidos,
invandindo-os como se fossem penicos. Reflexo da pior cultura de tão banida
dentro do existencial da vida...

Dos que confundem "amor"
com toda dor evasiva invadida...
Seja lá como for, é sábado.
Tentarei ultrapassá-lo sem
fazer do coração mina de calo.

Quiçá ficar horas a fio
dependurado num sem fio
pagando 0,25 por ligação
num vasto bate-papo
com a namorada e a sentir-me safo...

Esquivando-me da "ripa na chulipa!"
A não trocar o miocárdio pelas tripas.
E não ficar dolorido como quem gripa
Nem a suar frio por debabixo do cobertor
um sábado aborrecido assim é o "istopô"...

Na febre da "bubônica" do rato
um sábado pra lá de tão chato!
Um dia pro além de esquisito...
Em que, ninguém toca o apito...
Assim, resta abrir a boca e soltar o grito!