MÃOS LAVADAS!
E lava-se as mãos como Pilatos o fez. Entrega-se o que não se pode resolver.
Num mundo conturbado onde opiniões se divergem o tempo todo, nem sempre se pode resolver a questão. E a grande questão é o que se faz quando nada se pode fazer.
O que fazer quando sentimentos e querer vão na contra mão do pensar da maioria?
Que fazer quando a nota não alcança o tom ou o tom não alcança a nota?
Que sentido faz em pensar ou tão somente pensar no sentido, se sentido não há?
O que buscar numa vastidão enorme de pensares quando o pensar é tão único?
É assim o pressuposto de tudo ou o tudo é pressuposto?
E é normal sempre lavar as mãos e deixar tudo simplesmente ir? Tocar avante como se tudo fosse normal? Ou será tudo anormal e fora de lugar?
E qual é o sentido de tudo?
Isso tudo é viver?
O que é viver?
É deixar tudo ir ou deixar tudo ficar?
É seguir sem sair do lugar?
É deixar que cada um viva sua dor, seu amor, sua flor?
É... Então chegamos ao mesmo lugar: lava-se as mãos como Pilatos o fez, faz ainda hoje e sempre o fará!