O que me dói de verdade não são as que se podem ver. Minhas cicatrizes mais profundas estão escondidas.
Elas ficam onde o olhar não alcança.
Aqui dentro, elas queimam e ardem feito chamas.
São chagas abertas e que sangram impiedosamente.
Nem o tempo as pode curar.
Nem os supostos amores as levaram e,
Ele (o tempo), senhor de todos nós, só as escondeu.
Guardou-as no fundo da minha alma.
Onde nenhum outro ser pode realmente chegar.
Minha alma é uma terra infértil, onde só eu sub-existo. E nela cultivo cada uma destas cicatrizes.
Oh meu Deus !
Se eu pudesse o que vos diria.....
Talvez que as delas são iguais as minhas....
Que cada uma se fizeram .... Sem sangue e corte.....
Aos quais me prometem comigo estar até a morte....
Queimando a minha alma como um ferro quente....
Cauterizadas insistem em brotar mesmo sem as cultivar
Lágrimas de sangue jorram, 
Na face o sorriso na cor do oriente
Juntando-se as cicatrizes tentam disfarçar....
O que nem o tempo será capaz de apagar.
Mais uma vez na alma uma cirurgia se faz iminente....
E assim me atrevo .....
Na panacéia minha cura chama-se você....

Abril 29 de 2006