Vinho de cevada

Como é bom;

Pela primeira vez ler um texto velho próprio

E gostar!

Não tenho mais o pensamento: que merda imbecil eu pensava naquele tempo.

Como é bom ler um texto próprio, bem escrito, sobre um amor antigo

Que nem amo mais

Mas ficar contente;

ver que todo aquele sentimento ficou aprisionado ali, na eternidade

um cantinho bem pequeno

um vácuo cotidiano

E lá está o perfume virgem, a viagem que nunca fiz com a amante

o beijo perfeito, aquele que se imagina como escultura de Rodin

Perfeito

Porque nunca aconteceu

Como é bom capturar a essência D'algo

D'água

Na boca, nos olhos

Vítrea essência sacra

Virgindade

nunca, não ser

Ser eterno, ser não ser perfeito

VERMELHO

tão tao...

Um vinho de cevada

Sim, um vinho de cevada

Envelhecido, mas moderno, fancy

E tal