PLATÃO, O FILÓSOFO ORIGINAL - (428 a.C. / 347 a.C.)

Para Platão, a vida de Atenas é a prova viva das denúncias de Sócrates, sobre o falso saber dos homens, que se refletia na corrupção da legislação, da moralidade e da política como um todo, que redundava na profunda injustiça social. Desiludido, Platão abandona o convívio com esse estado de coisas e se recolhe à sua Academia, onde os valores religiosos e científicos se mesclam a questões filosóficas, e se transformam no mundo em que ele passa a incursionar, fugindo assim, do mundo voltado quase que exclusivamente para a racionalidade. Assim, ele procura fora desse contexto, um fundamento sólido e inabalável para a conduta humana, cujas ações e opiniões a elas ligadas, não conseguem se justificar por si mesmas e afasta-se então da vida prática dos homens, desviando sua atenção para outro lugar onde seja possível encontrar a Verdade, para fazer dela matéria de contemplação ou de conjeturas. Mas, como há que se dar suporte às conjeturas, Platão encontra nos Diálogos de Sócrates, o caminho mais adequado para formar um consenso extraído das contradições, cujo consenso deverá se refletir em conclusões incontestáveis, uma vez que se chegaria a uma separação entre o que é aparente e o que é essencial.

Atendo-se à origem das coisas, Platão encontra Deus, o Demiurgo, que contempla a beleza das coisas já existentes e as reproduz, utilizando o material de que dispunha; o Caos, e modelando à semelhança das idéias, todos os seres do mundo, refletidos numa obra perfeita, mesmo considerando a imperfeição do material empregado. Essa obra perfeita é o mundo, que apresenta uma ordem no seu conjunto, o qual é esférico, único, limitado, e, uma vez criado, eterno. Então, Platão considera que para a formação do mundo, O Mesmo contribui com as idéias e O Outro contribui com a matéria de que é feito o mundo, e estabelece a variedade, a pluralidade, as aparências, opiniões e injustiças. Platão considera que a contemplação, por onde se conhece o Bem, é condição para retornar ao universo sensível e imperfeito, para moldá-lo como o Demiurgo, à imagem e semelhança das idéias. Esse percurso vai do mundo da injustiça até o Bem e volta ao mesmo mundo injusto, cujo vai-e-vem, foi denominado “Dialética Ascendente e Dialética Descendente”.

Com relação às aparências e às idéias, Platão afasta os sofistas, para quem a justiça e a injustiça não passam de convenções. Platão considera que a confusão entre justiça e injustiça, própria dos sofistas, decorre da falta de discernimento dos homens, que não sabem o que é a justiça, pois não conhecem a sua essência. O homem se orienta pelo mundo das aparências, percebidas pelos seus sentidos, onde são construídas as verdades individuais que apóiam-se na volatilidade dessas aparências, que são instáveis e se transformam continuamente, sem contar a influência dos interesses pessoais. Platão considera que é possível conhecer as essências, ultrapassando então o nível das opiniões ou o campo das verdades individualizadas. A verdade é o fundamento da justiça e há algo que mesmo intuitivamente se pode reconhecer como justo. O mundo supra-sensível ou inteligível existe antes do mundo sensível (que são suas aparências) e é o mundo inteligível o autêntico mundo real, onde está a Verdade imutável, insofismável, intocável pela Razão humana contaminada. Conforme Platão, o mundo supra-sensível ou inteligível e o mundo sensível, apesar de separados, se relacionam, considerando que as coisas sensíveis imitam (exprimem) as idéias a elas correspondentes, cujas imitações, (expressões) por o serem, são sempre imperfeitas. O mundo supra-sensível ou inteligível existe de forma anterior e mais efetiva do que o mundo sensível. É ele o verdadeiro mundo real.

Essa relação entre os dois mundos permite aos homens que se encontram no mundo sensível, conhecer as idéias, como quem se lembra do modelo de que foi tirada a cópia. Conhecer é assim reconhecer, lembrar-se das idéias que foram contempladas pela Alma, mas esquecidas por causa do apego do corpo às coisas sensíveis. A Alma possui essa capacidade de reconhecer as idéias, porque, de certo modo participa do mundo inteligível: como as idéias, ela é imaterial, incorpórea e impalpável, constituindo um elo de ligação que ainda mantemos com o inteligível. O despertar da Alma para o mundo inteligível faz-se por um sentimento, que é o Amor. Inicialmente o amor é carnal e deseja um corpo belo, mas aos poucos, passa a desejar a própria Beleza e o conhecimento da sua idéia. E o que pode haver de mais belo para o intelecto senão a Verdade? O Amor que deseja a Verdade é a própria Filosofia (literalmente “amor ao saber”).

Através da alegoria da caverna, Platão estabelece o cenário em que o filósofo chega à verdadeira realidade, quando vê a luz do Sol que ilumina toda essa realidade. Essa luz possibilita o conhecimento e proporciona também o conhecimento de como os homens devem agir. Conhecer, para Platão, é conhecer o Bem, a Idéia suprema que, como o Sol, ilumina as demais idéias, tornando-as compreensíveis. Conclui que “os males não cessarão para os homens, antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder".

No nosso mundo sensível, o principal protagonista é o homem, conforme lhe foi conferido. (Eclesiástico 17;1 a 31) Ao longo dos anos, ele idealizou e experimentou vários modelos para estabelecer, orientar e regulamentar o seu “modus vivendi” grupal, baseado em estruturas sociais, que evoluíram de sistemas tribais simples, para sistemas tribais sofisticados e complexos, onde as tribos passaram a ser chamadas de “Estados” ou “Países” distribuídos pelos continentes. Antes do estágio atual das tribos, quando elas ainda ensaiavam os seus passos para a “melhor” organização das suas estruturas sociais, bem antes do que essas tribos consideram o estágio do “grande salto” da civilização, e de haverem ultrapassado o “obscurantismo” e o “iluminismo”, (o estágio atual seria o “resplandecente”?) (risos) Platão fugiu da sua tribo e recolheu-se, solitário, ao seu último reduto, a sua Academia, especialmente para se abstrair da sua Razão que o sufocava entre os seus semelhantes, e então poder respirar, pensar, conjeturar, meditar e contemplar outras idéias, que lhe indicassem outro caminho, pois aquele onde se encontrava, junto à sua tribo, não lhe parecia o mais adequado para encontrar o que buscava: a Verdade (o contrário do “faz-de-conta”). Nesse recolhimento e com essa disposição, Platão é levado a considerar que aquilo que procura, está no conhecimento teórico, o qual deverá se justificar por si mesmo e que a possibilidade de adquiri-lo, será através do método denominado por ele de Dialética, que escapa da sua significação original e se molda nos Diálogos de Sócrates, numa interligação de raciocínios, conjeturas e deduções, que deverão se constituir em conclusões incontestáveis. Assim, numa seqüência elaborada, o pensamento contempla o que é essencial. Entretanto, as idéias, ou as contemplações estão refletidas no mundo das aparências, o mundo sensível, mas permanecem no mundo inapreensível, cujo mundo é chamado de inteligível por Platão, surgindo daí a necessidade de definir a sua origem e como essas idéias foram manifestadas (exteriorizadas) e quem as manifestou. Vamos então, caminhar ao lado de Platão, assimilando suas inspirações e retocando ou reformulando as suas conjeturas, elaborando complementações, que talvez possam ir além, avançando pelo impulso das vantagens da evolução dos últimos 2361 anos. (2014 + 347)

O “Demiurgo” e o “Mesmo” de Platão traduzimos no nosso Deus, o Todo-Poderoso, que, de Si mesmo, das suas próprias essências, pela sua misericórdia, pela sua sabedoria, pela sua vontade e pelo seu poder, manifestou-se, exteriorizou-se, representou-se, exprimiu-se ou revelou-se. Ele não tem causa, nunca teve começo e nunca terá fim; não se revela em Si mesmo, mas o faz nas suas manifestações; n’Ele não existe o caos; Ele não é um mito, mas a Realidade Essencial que deseja revelar-se; Ele não é imóvel, mas sim estático e se contém em Si mesmo, não podendo se deslocar para lugar nenhum, pois Ele é o Tudo e não há lugar fora d’Ele. Ele é pleno de movimentos ininterruptos, pois Ele é a Energia que se conforma numa esfera perfeita e que através dos seus movimentos gerou, no princípio o Seu Filho (a Luz, o Amor, a Palavra (Verbo), a Verdade, o Justo, a Força Oposta, que gerou a Matéria (em todas as suas manifestações, apreensíveis ou não). O Filho é o Outro de Platão, o nosso Senhor Jesus Cristo, O Unigênito, O Primogênito de toda a manifestação, e por seu intermédio foi feito todo o restante da manifestação e para Quem tudo foi manifestado, porque assim aprouve ao Senhor Deus Todo-Poderoso.

O Pai, a Força Atrativa convergente, (zelosa); o Filho, a Força Expansiva divergente Centrifugada (amorosa); juntos, fazem emergir, da sua conjugação perfeita, o seu Espírito Santo, a Força Rotativa envolvente e conciliadora. Essas três Forças atuam simultaneamente, num sincronismo perfeito, preciso, imutável, constante e expressam-se, representam-se, manifestam-se em todas as estruturas, apreensíveis e não apreensíveis, que estão contidas no Universo (o Universo é o próprio Deus), cuja estruturação baseia-se em três Princípios fundamentais: o Pai, o Primeiro Princípio, a Energia, a Essência das Essências, que não se revela, que de Si mesmo, das suas próprias Essências, gera o Filho, o Segundo Princípio, a Luz, a Singularidade Essencial, a Força Oposta, a manifestação direta e única do Pai, cujo Filho gera ainda no Segundo Princípio, toda a imensa corporalidade angélica e, no Terceiro Princípio, toda a manifestação também indireta do Pai, que se expressa por intermédio do Filho e que se representa em toda a corporalidade tangível, apreensível ou não e detectável ou não, onde se encontra incluso o nosso Planeta Terra e o Sistema Solar, o nosso pequeno mundo, existindo apenas para este Terceiro Princípio, o tempo e o esgotamento, ou seja, um início e um fim, portanto, onde se encontra, com exclusividade, como supôs Platão, a contaminação que ocasionou a imperfeição e a corrupção das suas estruturas, para as quais existe a contagem do tempo. Essa contaminação e conseqüente corrupção, peculiares do Terceiro Princípio, foram resultantes de uma insubordinação e do uso indevido do poder recebido, pelo poderoso Príncipe das Trevas, ocorridos anteriormente ao advento do homem, que, ao seu tempo, se inclinou pela confirmação dessa insubordinação, também por sua livre vontade, influenciado por duas das três forças (tricotomia) que atuam na sua estrutura contaminada (o Espírito do Bem, o Espírito Astral da sua Natureza e o Espírito do Mal). Sob a influência do Mal, o homem se inclinou e optou pela sua liberdade intelectual, perdeu o Paraíso, (o mundo inteligível de Platão) foi revestido da sua “roupagem” (corporalidade) animal e passou a viver no mundo das aparências, no Jardim do Éden, no seu próprio intelecto, ou na sua racionalidade.

Platão concluiu que realmente os homens não sabem o que é a justiça, pois não conseguem reconhecer a

Essência e conhecer sua manifestação que é a Verdade. Todavia, contrariando Platão, a justiça não conduz à Verdade, mas é a Verdade que produz a justiça. Quem não reconhecer a Essência não pode conhecer a Verdade e não a conhecendo, não pode ser justo. A Verdade está visível, não na Essência em Si mesma que não se revela, (Hebreus 11;3) mas se apresenta na Sua geração direta (Única) (João 1;1 a 5) e (João 1;18) que é a Vida e que está sintetizada no Filho: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. O Caminho, porque tudo é manifestado por Seu intermédio (ação direta sobre o Filho e indireta sobre todo o restante da manifestação) e tudo retornará à origem também por Seu intermédio (Ninguém vem ao Pai senão por Mim); a Verdade, porque o Filho é a revelação do Pai que não Se revela; a Vida porque atesta a Verdade que está em todas as manifestações apreensíveis ou não, que o Pai exprime através do Filho.(João 1;9a 14)

O Espírito Santo (do Pai e do Filho) é a Força Conciliadora (da Cólera e do Amor) que modela, consolida a unificação, a circunscrição, (como um só bloco) das estruturas manifestadas, para que se disponham como lhes for determinado e aí se mantenham, cumprindo as suas finalidades e é Quem lhes confere a formatação, a configuração, ou a modelagem final. Essas estruturas se desdobram em inúmeras combinações essenciais e se apresentam também numa incontável multiplicidade de configurações, distribuídas por todo o Espaço Universal, que constitui as próprias “entranhas” de Deus, o Todo-Poderoso; o Tudo; o Eu Sou o Senhor, onde Ele mesmo, a Energia, conformada na grande esfera, “abraça” tudo, num abraço de 360º (trezentos e sessenta graus). Ele está em tudo; (Salmos 145;9) e (Eclesiástico 43;29,30) vê tudo; sabe tudo; pode tudo; produziu tudo de SI mesmo e para SI mesmo, desde toda a eternidade, sem que tenha havido começo e sem que haja fim. (Eclesiastes 1;9,10,11) Por quê? Porque assim é, pelo poder, pela vontade, pela sabedoria e pela misericórdia de Deus. (Jó 23;13) e (Jó 41;10,11) Ao que Ele manifestou de Si mesmo, inclusive e principalmente o homem, que é a forma de vida mais privilegiada e mais importante do Planeta Terra, compete agradecer-Lhe, obedecer-Lhe e louvá-Lo todos os dias da sua vida, nas três Pessoas que são um Único Deus, que lhe deu gratuitamente essa vida e os seus deleites (I Coríntios 4;7), conferindo-lhe ainda, principalmente, a possibilidade da sua regeneração ou purificação!

Eclesiástico 16;22 – Porque um avultadíssimo número das suas obras é escondido; mas quem poderá exprimir as obras da sua justiça? ou quem as poderá suportar? Porquanto os seus decretos estão longe de alguns, e o exame de todas as coisas é na consumação. Eclesiástico 42;21 – Formosas traçou as grandezas da sua sabedoria; o que é antes do século e até o século, nem se lhe tem acrescentado; 22 – Nem diminuído, e não necessita de conselho de ninguém. 25 –Todas as coisas se acham a duas e duas, e uma oposta à outra, e nada se fez a que faltasse coisa alguma. Eclesiástico 43;29 – Muitas coisas diremos nós, e ainda nos veremos alcançados em palavras; mas o resumo de tudo o que se pode dizer, é que Ele mesmo está em todas as coisas.

Platão considera então, que a Verdade deveria ser encontrada no conhecimento teórico, onde ela estaria encerrada, sendo que a sua localização se faria através de diálogos, os quais deveriam interligar os raciocínios, as conjeturas e as deduções, que, como foi visto anteriormente, chamamos de Conhecimentos Racionais Elaborados (secundários), propriedade exclusiva da Razão, os quais, como já foi dito e contrariando Platão, jamais conduzirão o homem aos Conhecimentos Essenciais e conseqüentemente à Verdade. Entretanto, a possibilidade de obter os Conhecimentos Essenciais, que permitem escapar da racionalidade, existe, e não poderia deixar de existir, o que seria um atestado de injustiça, pois todos estaríamos condenados, previamente e sem apelação! O que compete ao homem, que é uma manifestação especial da Essência Pura, a quem foi concedido a inteligência, o raciocínio, o discernimento dos bens e dos males, mas que decidiu, “sponte sua”, definindo-se por uma insubordinada opção mergulhar no mundo da Natureza, no mundo das aparências, vivendo sob a orientação da sua própria razão, é procurar reencontrar, reconhecer e se religar (nascer de novo) ao mundo inteligível de Platão, ao mundo real, essencial, (o Paraíso) de onde veio, de onde é procedente, mas do qual se desligou em função da sua livre opção. (A “receita”, entre outras, está em Mateus 16;24,25).Tanto é assim, que de fato, permanecem no homem, em estado latente, vagas e distantes recordações da sua origem, as quais o instigam a perscrutar, caracterizando-o, como o único integrante desta corporalidade terrestre tangível a fazer indagações sobre si mesmo e sobre tudo o que o rodeia, desde as origens, até as finalidades. Como o homem continua de posse da sua liberdade, que lhe foi concedida plenamente, sem embargos, sem restrições e sem nenhuma interferência, ele tem o tempo da sua vida consciente, para optar por uma das duas alternativas que se lhes oferecem:

1 – manter (confirmar) a sua opção, que já havia feito anteriormente, pelo mundo das aparências, o mundo sensível, o mundo da Natureza, o mundo das paixões, o mundo animal, onde ele se orienta pelos seus sentidos e se deixa conduzir pela sua racionalidade, neste caso, ratificando a sua opção anterior, pelo seu desligamento com o mundo essencial (inteligível de Platão). Mesmo assim, antes da morte, a “porta” de acesso ao mundo essencial, ainda não está irreversivelmente fechada;

2 – revogar a sua opção anterior e iniciar em seguida, a busca do Caminho (Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim). Essa busca vai de encontro a uma promessa: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”. Para encetá-la, há que se começar pela leitura e estudo das Sagradas Escrituras, observando, meditando, orando, pedindo “lutando com Deus” (e consigo próprio), concordando em pagar o preço. (Mateus 16;24-Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.) Uma vez ensejadas estas circunstâncias, elas irão se ampliando e passarão a se refletir num novo comportamento, que começará a desabrochar como uma flor. A humildade, paulatinamente, irá aumentando, numa evolução inversamente proporcional à arrogância, e os que vivem ao seu lado, certamente começarão a notar a diferença. A fome e a sede irão aumentando (pelo Pão da Vida e pela Água Viva), enquanto o apetite voraz pelas coisas do mundo das aparências começará a arrefecer, pois essas coisas irão perdendo o seu valor, o seu encanto, o seu fascínio e o seu poder ilusório sobre a Razão. Então, mais estranho ainda esse homem irá se tornando para os seus semelhantes, com os quais convive mais de perto, como se fosse “um estranho no ninho”. Não há que se iludir! Essa caminhada é difícil, penosa, e requer muita perseverança, mas nesta altura, ele estará às portas do “Arraial”, sendo que, a entrada nele, é outra questão. A seguir, vejamos mais um texto das Sagradas Escrituras, para o exame cuidadoso e para meditação.

Gênesis 32;22 – Levantou-se naquela mesma noite, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos, e transpôs o vau de Jaboque. 23 – Tomou-os e os fez passar o ribeiro; fez passar tudo o que lhe pertencia, 24 – Ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia. 25 – Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem. 26 – Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir, se me não abençoares. 27 – Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.28 – Então disse: Já não te chamarás Jacó, e, sim, Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. 29 – Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali. 30 – Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva. 31 – Nasceu-lhe o Sol, quando ele atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa.

No Planeta Terra, não há sequer um homem, que por seus méritos próprios tenha condições para entrar no Arraial. (Romanos 3;23,24) Somente entrarão os que nascerem de novo, sendo contemplados com a Graça Divina, que se estabelece pela Misericórdia do Pai; pelo Amor e pela Graça do Filho e pela Unção do Espírito Santo. A conseqüência da Graça recebida, é o “nascer de novo”, é a “reconciliação”, é a nova ligação, delineados no reencontro do Caminho para o retorno da essência (então purificada) para a Essência Pura. O que move a Santíssima Trindade, para conceder a Graça Divina da Revelação a este homem e não àquele outro? Não sabemos, (Romanos 9;18) (I Coríntios 1;18 a 29) e (Eclesiástico 2;5) pois não nos é dado penetrar nos desígnios do Senhor. Orientados pela nossa Razão, jamais poderemos compreender porque o Apóstolo Paulo recebeu a Graça, e, no entanto, entre os apóstolos evangelistas, nenhum deles obteve tamanho volume de profundas revelações como só ele recebeu e soube muito bem o que fazer com elas (ciência + sabedoria). Devemos manter a nossa humildade e não alongar a nossa curiosidade, além dos limites da nossa própria Intelectualidade. (Eclesiástico 3;22 a 26) A boa fé (racional) é o complemento da limitação da nossa capacidade de conhecer e os que mais lhe são recorrentes, são exatamente os homens menos dotados no seu intelecto e são eles os mais suscetíveis aos ataques dos “lobos”, os quais estão espalhados por toda parte do nosso planeta, muitas vezes ocultos sob a pele de carneiros. Esses “lobos” lutam para impedir que aqueles homens sejam mais esclarecidos e tudo fazem para que o enorme contingente dos mesmos aumente desordenadamente, pois deles retiram o poder econômico e o poder político, os quais utilizam para custear os seus prazeres, a sua ostentação, a sua volúpia pelo poder e a sua voracidade insaciável. Mas esses homens menos esclarecidos, não estão desamparados! (Jonas 4;11)

Com efeito, por mais estranho que possa parecer, o homem afasta-se quase que inteiramente dos sofistas, quando evolui com maior profundidade nos conhecimentos racionais, e então o seu intelecto não suporta mais as enfadonhas cantilenas dos mercadores da fé, afasta-se, inteira e irreversivelmente destes, quando desperta para os conhecimentos essenciais, o que esclarece, inequivocamente, porque os sofistas mercadores ajudam a fomentar e disseminar amplamente a miséria e a ignorância em todo o Planeta, pois o esclarecimento coletivo significa a ruína dos seus negócios. Os exemplos, em ambas as circunstâncias, são facilmente perceptíveis para os que não são “cegos e surdos”, sejam os “de fato” ou os “por convicção”. Realmente, quando afloram fragmentos de conhecimentos essenciais em eventos que se tornam mais evidentes e ostensivos, ou mesmo apenas superstições ou crenças populares que adquirem maiores proporções, logo acorrem os atentos sofistas patrulheiros, instalados na mais antiga rede de mercadores da fé, para absorvê-los e conforme as conveniências, desfigurá-los e adaptá-los, sem se preocupar com os seus respectivos fundamentos, imprimindo-lhes, então, as suas próprias características, evitando desta forma, o surgimento de novas seitas e possíveis concorrentes de mercado. Esses procedimentos foram adotados desde o início das suas operações, quando ainda estavam se estruturando, surgindo então e se desenvolvendo a Escolástica, coordenada pelo monge britânico Alcuíno (730 – 804). Nessa trajetória, ele se valeu de cópias, traduções e comentários de textos antigos, passando a fundar escolas sempre ligadas às instituições das denominações teológicas unificando o conteúdo do ensino. Acompanhando a evolução dos conhecimentos, fossem eles racionais ou essenciais, incorporaram, sempre parcialmente, Platão, Aristóteles, Agostinho, Tomás de Aquino, os franciscanos, os dominicanos, e quem mais veio ou vier, dos quais aproveitaram o que lhes foi conveniente e de acordo com as circunstâncias de cada momento, atenuando ou impedindo eventuais propagações mais intensas de “novas ondas”, que pudessem evoluir como ocorreu com a reforma dos protestantes. Um dos exemplos mais recentes pode ser observado no chamado movimento carismático, já devidamente absorvido e integrado sob a custódia da denominação teológica. Com relação à evolução dos conhecimentos essenciais, há que se registrar a preocupação constante dos sofistas, diante da possibilidade de que os seus fundamentos venham a ser abalados, pois eles têm pleno conhecimento da sua própria inconsistência e plena consciência de que, inevitavelmente, virá o seu desmoronamento. Há que retardá-lo até quando for possível, presumem, mas quem viver verá. Ele está mais próximo do que imaginam.

Ezequiel 34;2 – Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3 – Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4 – A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5 – Assim se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. 6 – As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes, e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure, ou quem as busque. 7 – Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: 8 – Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus. Visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e se tornaram pasto para todas as feras do campo, por não haver pastor, e que os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos, e não apascentam as minhas ovelhas; 10 – Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores, e deles demandarei as minhas ovelhas; porei termo no seu pastoreio, e não se apascentarão mais a si mesmos; livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que já não lhes sirvam de pasto.11 – Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei. 12 – Como o pastor busca o seu rebanho, no dia que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas, livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão. 13 – Tirá-las-ei dos povos, e as congregarei dos diversos países e as introduzirei na sua terra; apascentá-las-ei nos montes de Israel, junto às correntes, e em todos os lugares habitados da terra. 15 – Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e as farei repousar, diz o Senhor Deus.16 – A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça.17 – Quanto a vós outras, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Deus: Eis que julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes. 31 – Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto: homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus.

Com relação à Graça Divina da Revelação, é necessário esclarecer, que ela não é uma concessão vitalícia e nem estável como ocorre com o livre-arbítrio. Ao contrário, ela é móvel, dinâmica, expressa de forma fragmentada, com intervalos irregulares, em “golfadas” de conhecimentos que se aprofundam, se diversificam, apresentando-se como se já estivessem (adormecidos) conosco, os quais podem ser estabilizados, ou ampliados, ou retirados parcial ou integralmente e até apagados da nossa memória, lembrando-nos que devemos estar atentos e vigilantes, pois o inimigo anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. (I Pedro 5;8) Entrando o homem no Arraial pela Graça, e somente pela Graça, que ele não se surpreenda, pois a partir daí, os seus semelhantes, de um modo geral, especialmente os do seu convívio mais aproximado, o tratarão como se ele não fosse do Planeta Terra. Não haverá motivo para nenhum constrangimento, pois ele, de fato, quase já não é; 3 – como no Universo está contida a plenitude de movimentos, onde “nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma”, (Lavoisier) numa seqüência permanente e ininterrupta, sem começo e sem fim, qualquer evento que se queira submeter a uma circunscrição permanente, se constituirá em mera ilusão, porque nada pode ser circunscrito indefinidamente, uma vez que tudo se desenvolve em estágios, que nunca se esgotam, nunca chegam a um “status-quo” definitivo, ou em outras palavras, o “repouso” eterno não existe. Assim, também quando o homem decide, essa decisão tem um prazo de validade, que coincide com o seu próprio prazo de validade no seu estágio: a duração da sua vida. (Eclesiástico 17;26a28) No curso desse prazo, ele pode reexaminar as suas decisões e modificá-las conforme a sua própria vontade. Quando ele mantém a sua opção anterior (alternativa 1) pela Natureza (o mundo das aparências), do qual é parte integrante, ele está se submetendo aos apelos da natureza que está nele mesmo, sob o comando da sua racionalidade, cuja base de operações se fundamenta, sempre, no orgulho, na cobiça e na inveja, com maior ou menor predominância de uma ou outra dessas qualidades. Na medida em que essas qualidades assumem maiores proporções, refletindo-se mais profundamente, mais intensamente sobre a estrutura natural do homem, elas desenvolvem e excitam uma quarta qualidade, que é a cólera, a qual também iniciará um ciclo de exacerbação progressiva, transportando o homem para a maldade, no seu sentido mais agudo, que já não se contém apenas numa postura maliciosa e astuta, mas torna-se explosiva, agressiva, perversa e bem alimentada, poderá se desenvolver até o paroxismo da bestialidade. Dificilmente ele conseguirá sair desse estágio. (I João 5;16 – “Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte e por esse não digo que rogue”. Por que o homem, tendo anteriormente feito a sua opção pelo mundo das aparências, ainda tem esta nova oportunidade de modificar a sua opção? A metáfora correspondente a esse episódio da opção anterior, refere-se ao fato de Adão, desobedecendo à ordem que recebera, ter comido do fruto proibido . Antes de manifestar essa opção, Adão era um anjo, que não tinha o conhecimento do bem e do mal, mas ele tem a liberdade de procurar retornar ao reino angelical.

Toda a engendração contida no Universo (no próprio Deus), apreensível e não apreensível, está disposta nos padrões de uma cosmometria esférica perfeita no espaço, em equações perfeitas, sob uma estruturação imutável e perfeita, onde o “acaso”, a “coincidência” e os eventos “fortuitos” ou “aleatórios” não existem. Somente as manifestações às quais são conferidas, no mínimo, as prerrogativas do livre-arbítrio, (o homem é uma delas) escapam a um tipo de condicionamento mais restrito. Um dos mais belos e poderosos Príncipes Angélicos manifestados, de uma autonomia muito avantajada, obviamente muito superior ao homem, se insubordinou diante Daquele que o manifestou, o que resultou na contaminação de toda uma enorme corporalidade manifestada, o que provocou a concepção de uma extra-geração, onde se encontra o nosso mundo, o sistema solar, que assim foi manifestado já contaminado, incluindo Adão anjo e após a sua opção, Adão homem, que, manifestado à imagem e semelhança de Deus, apenas para exemplificar, ficou como sendo uma hospedaria de três poderosas forças, ou hóspedes; a Natureza, a massa contaminada da sua corporalidade animal (33,3%); o Bem, a sua essencialidade angélica (33,3%); o Mal, a sua essencialidade contaminada pelo Príncipe Angélico insubordinado, que foi deposto, mas continua atuante nas nossas redondezas (33,3%). Essas três forças disputam, acirradamente, a gerência da hospedaria. Adão anjo não conseguiu resistir aos apelos da Natureza, entregou-lhe a gerência da hospedaria e perdeu o Paraíso, tornou-se Adão homem. Entretanto, como ele não foi culpado pela contaminação de toda a corporalidade (inclusive a sua), ele tem exatamente o prazo da sua própria vida para reexaminar a questão e fazer uma nova opção por um dos três hóspedes. O escolhido será o gerente da hospedaria. A hospedaria é dirigida pela Razão, que se submeterá ao gerente que escolher. Assim, é inútil e não faz nenhum sentido, o homem procurar fora de si mesmo, o reencontro ou a reintegração da sua Alma com a essencialidade angélica, uma vez que esta também se encontra dentro do próprio homem. Desta forma, não há ninguém e nenhuma instituição neste nosso mundo, que possa proporcionar esse reencontro ou essa reintegração (Eclesiástico 18;32). Ao homem compete orientar-se pelo Bem e procurar incessantemente, conforme (Mateus 7;7,8 e 16;24) e (Lucas 11;9,10) e, como Jacó, lutar “com Deus e consigo mesmo” até que seja abençoado. A bênção é uma concessão, à qual são fortes candidatos, os que conseguirem fazer com que a força do Bem prevaleça e seja vitoriosa sobre as forças da Natureza e do Mal, na intensa luta que se trava entre essas forças, em todos os momentos da vida do homem, no campo de batalha que é a sua mente. Aqui se trata dos detalhes das ações, das atitudes e das obras no cotidiano. Os seus efeitos são pessoais e intransferíveis e não há como enganar.

Como se observa, o pecado original não foi cometido por Adão, mas sim pelo Anjo de Luz caído, ou o Príncipe Angélico insubordinado, mas Adão o ratificou, quando se definiu ou optou pela racionalidade, sob o efeito das essências do referido Príncipe Angélico, em substituição à vida espiritual. Como conseqüência do pecado capital, surgiu a extra-geração, o Terceiro Princípio, a formação da vida no nosso Planeta como a conhecemos, e a opção de Adão, na formação da nossa vida racional. Estabeleceu-se então, o mundo das aparências, com um início e com um final predeterminado, pois ele será mudado e retornará para o mundo real, nos seus outros dois Princípios. Então o Filho, que está à direita do Pai, também retornará ao seu assento original, do qual nunca se afastou inteiramente, no coração do Pai, e o Terceiro Princípio, assim como o tempo, deixará de existir e então tudo será UM no Pai e no Filho (I Coríntios 15;22a28) A seguir, uma nova e imensa ejeção, e novos e sucessivos espirros sussurrantes, estabelecerão respectivamente, um novo Anjo de Luz ou Príncipe Angélico e suas enormes legiões, o qual se insubordinará, cometerá o pecado original, que resultará num novo Terceiro Princípio, cujo pecado será ratificado por um novo Adão, que optará pela vida racional. O restante o Leitor já conhece. Mas de todas as gerações cósmicas concluídas, jamais haverá memória. (Eclesiastes 1;9a11 e 3;15) e (Isaías 65;17)

Apocalipse 13;1 – Vi emergir do mar uma besta, que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmias. 11 – Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão.18 – Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homens. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.

Zacarias 13;7 – Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a minha mão para os pequeninos. 8 – Em toda a terra, diz o Senhor, dois terços dela serão eliminados, e perecerão; mas a terceira parte restará nela. 9 – Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo, e ela dirá: o Senhor é meu Deus

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Ezequiel 5;1 – Tu, ó filho do homem, toma uma espada afiada; como navalha de barbeiro a tomarás, e a farás passar pela tua cabeça e pela tua barba; tomarás uma balança de peso, e repartirás os cabelos. 2 – Uma Terça parte queimarás no fogo, no meio da cidade, quando se cumprirem os dias do cerco; tomarás outra Terça parte, e a ferirás com uma espada ao redor da cidade; e a outra Terça parte espalharás ao vento; desembainharei a espada atrás deles. 3 – Desta Terça parte tomarás uns poucos e os atarás nas abas da tua veste. 4 – Destes ainda tomarás alguns, e os lançarás no meio do fogo e os queimarás; dali sairá um fogo contra toda a casa de Israel 11 – Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, pois que profanaste o meu santuário com todas as tuas coisas detestáveis, e com todas as tuas abominações, eu retirarei sem piedade os meus olhos de ti e não te pouparei. 12 – Uma Terça parte de ti morrerá de peste e será consumida de fome no meio de ti; outra Terça parte cairá à espada em redor de ti; e a outra Terça parte espalharei a todos os ventos, e desembainharei a espada atrás dela.

A besta que emerge do mar é a força maligna do Príncipe das Trevas, que ocupa um espaço na hospedaria da Razão (33,3%) e a besta que emerge da terra é a Força da Natureza, que ocupa outro espaço na mesma hospedaria (33,3%). As duas bestas se juntam, uma exerce o poder da outra (Apocalipse 13;12), e assim, juntas, somam 66,6% (dois terços) do espaço da hospedaria da Razão. Aí está o número da besta, ou a própria besta, bem dentro do homem! A outra parte do espaço da hospedaria (33,3%), onde está a Força do Bem, é a terceira parte que restará e que Ele fará passar pelo fogo e a purificará, como se purifica a prata, e a provará, como se prova o ouro. Ela invocará o nome d’Ele, e Ele a ouvirá; dirá: “É meu povo, e ela dirá: o Senhor é meu Deus”. Esta é a mesma parte, que Ele espalhará a todos os ventos, e desembainhará a espada atrás dela, para purificá-la, como se observa em Eclesiástico 2;5 – Porque no fogo se prova o ouro e a prata, e os homens que Deus quer receber, na fornalha da humilhação. Nesta terceira parte está o reino de Deus, também dentro do homem! (Lucas 17;21)

Marcos 7;15 – Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina. 21 – Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios. 22 – A avareza, a malícia, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura: 23 – Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.

Lucas 17;20 – Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. 21 – Nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós.

Contrariando Platão, estabelecemos que o único canal (Caminho) que leva à verdadeira realidade é a Theosophia, a Sabedoria Divina que está no FILHO, que a revela e que a manifesta no homem pela sua Graça, na unção do seu Espírito, que concretiza a reconciliação, o novo nascimento, o batismo na água viva e no fogo. Não há outro Caminho! Repetindo: Não há outro Caminho! (João 14;6) (João 15;1 a 6) A alegoria da caverna, de Platão: insere-se em Filipenses 2;15 e também em Mateus 5; 14 a 16.

Finalmente, e ainda contrariando Platão, a raça dos puros e autênticos filósofos, que preferimos substituir por “povo escolhido pelo Senhor”, nunca chegará ao poder ou ao domínio do Planeta Terra, pois ele não é a sua “casa” definitiva e tampouco a “casa” que realmente deseja. Eis por que:

I João 2;15 – Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 – Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17 – Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.