Dom

Tu tinhas o dom de me fazer feliz...

Onde foi que perdestes aquele dom?

Terá sido na ânsia da tua masculinidade?

Será que foi na facilidade de ter-me aos teus pés?

Eu não acredito que tudo tenha mudado tanto!

Será que fui eu que mudei?

Será a maldita distância?

Ou essa escassez da tua presença, da tua voz, da tua risada, da tua respiração?...

Pode ser que eu já não sinta o mesmo amor...

Estou, aos poucos, deixando de pensar em ti.

Estou aos poucos, pensando mais em mim.

Mas não se preocupe.

Nem procure compreender o porquê.

Esta parte era antes.

Quando eu te buscava incessantemente...

Eu estou bem.

Eu vou ficar bem.

Tudo tem um começo e um fim...né!?

Já livrei-me dos perigos, das provas, dos medos...

Hei de ficar livre também da busca, da necessidade, da espera, da fidelidade e das lembranças.

Vou em busca do meu próprio dom.

De rir sozinha.

De ser feliz, só por mim.