Pensar

Teimoso pensamento, rei dos inventos

Tenaz em seus anseios, deslizando em ventos

Tinha asas, vivia sem freio

Incapaz de pousar, voando sem ar

Ousando, sem se libertar

Ou usando um mundo sem par.

Havia fogo guiando seu templo

Bons tempos!

Andava em círculos, causando arrepios

Num delirante piscar de cílios

Gritava em qualquer instante

Era fugaz e por vezes tratante.

Jamais prisioneiro, não morria por inteiro

Sem essa de alcatraz.

Corria sem paz, sem obedecer

E seu hospedeiro caia em pranto

Ou nem tanto, até poderia louvar o encanto.

O calvário era o anoitecer

Aliás, a noite é ser

Parasita que a vida semeava.

Neste momento, o tempo parava

O frio, abraçava a ilha dos insurgentes

Ali, o breu mórbido pairava

E sem medo, o pensamento seguia

Sem voz, sem guia

Sempre no labirinto da mente

Pregando suas peças ou aparando arestas

Destemido e demente

Anjo e monstro insolente

Nos dias de hoje, parece ter vida dentro da gente...

Ânderson Gonçalves Vasconcelos
Enviado por Ânderson Gonçalves Vasconcelos em 12/02/2017
Reeditado em 12/02/2017
Código do texto: T5910004
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