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Ele é!
Não se trata de um ser,
Mas ele foi, ele está sendo...
Ele será!
Não se trata de um animal,
Mas ele se movimenta e,
Se alimenta feito canibal...
Não se trata de um monstro,
Mas é insensível e invencível tanto quanto,
Ao menos age como tal...
Onipresente... perspicaz, 
Simultaneamente, devora exércitos
Seja soldado raso, seja general...
É forte e resistente, sem igual...
Não tem papas na língua e,
Em sua goela não tem anel,
Tampouco possui tampão anal...

Ele é o encontro dos contrários,
Do simples e do complexo...
Não é vento, mas sopra
Não é catavento, mas gira, gira
Roda feito criança, 
Faz-se cândido,
E  se põe a velejar em barcos de papel...
Sua candura e complascência,
Inspirou poetas e príncipes,
Bruxos e cientistas...
E então, provou do próprio veneno,
Fez-se vítima e foi algoz...
Bruxarias e alquimias
Tentaram detê-lo... 
Amordaçá-lo tentaram, 
Aprisioná-lo numa redoma, 
Sob a guarda de vinte e quatro generais,
Trinta coronéis e uma dúzia de tenentes... 

Onipotente!
Nada o detém,
Ninguém consegue impedi-lo,
Não retrocede jamais!
Em toda batalha é vencedor, 
Corta homens, corta mulheres,
Ceifa  crianças,  jovens  e  velhos, 
Afiada navalha corta e recorta,
Pouco importam seus ais,
Suas histórias tortas...
Sem menos, nem mais...
Segue, 
Atravessa milênios,
Transpõe séculos...
Num consumir constante,
Entre luas e sóis, devora...
Entre sóis e luas, come memórias...

Come meu eu,
Come também o seu,
Voraz, indômito... indiferente,
Insaciável come a um a um...
Come tudo e,
Come todas as coisas,
Só não come o que ainda não aconteceu...
Seu ontem, comeu!
Vai comendo seu presente, 
E comerá seu amanhã...
Come todos e todas,
É democrático, embora injusto...
Não pretere raça, cor ou classe,
Mas pelas diferenças não se compraz...
Insaciavelmente come... é visceral!

Tratam-no de senhor,
Respeitam suas leis,
Deram-lhe um nome...
Eu o designo, atrevido!
Pelas artimanhas da vida, corrompido...
Faz suas barganhas,
E sua fome sempre ganha...
É ele quem fecha a cortina,
Quando do seu bailar ele cansa....
Até quando?
Até quando lhe aprouver,
O desfecho lhe pertence,
Não tolera o nunca e,
Posto que nada é para sempre,
Em seu reinado não há desmando, 

Na terra em que ele habita, quem é amigo do rei, também tomba!!!

 
Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 10/03/2017
Reeditado em 13/03/2017
Código do texto: T5937239
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