Ansiedade
A menina que roubava sonhos
Tão bela!
Surgia impaciente, nada singela
Ser suave não era
Ou seria ela apenas sincera?
Resposta não há, nada é correto
Se for certo demais, é apenas um erro discreto
Pura chatice, sufoco!
Ali estava ela, menina encantada
Usando a invenção entalhada
Nervos nada inertes
Tremula, acelerada que só
Vitalidade ou morbidez, sem dó.
Surgia sem luz, sem cruz
Era o cru a olho nu
Suor que queimava sem dor
Punha os pelos em pânico pela pele ácida
Não tinha pudor.
Assim a menina sorria
Som e imagem sombria
Não dizia seu nome, quiçá tinha clone
Mas no findar da areia do tempo
Após saciar sua fome
Disse como roubava os sonhos no vento
Verbalizou o nome do invento
Ansiedade era a alcunha de sua vil criação
Pavor em dose sutil, uma leve destruição...