O PODER DA INTUIÇÂO

O Poder da Intuição

Do latim intueri, intuir significa ver por dentro. Para Jung, a intuição pode ser comparada a uma bússola, que nos guia e nos orienta. O sexto sentido está relacionado com as vivências, as experiências, os relacionamentos, as histórias, ou seja, com tudo o que constitui o inconsciente. A intuição se comunica conosco através de símbolos e metáforas e, para isso, utiliza muitos canais: sonho, carta de um conhecido, um encontro com pessoa próxima, o telefonema de um amigo, mas, é preciso estar atento e saber interpretar a mensagem que chega. Os sonhos podem ser intuitivos, pois nos dão uma fotografia da psique naquele momento representando o estado emocional da pessoa sempre através de símbolos e metáforas. Por outro lado a mente vazia também favorece o contato com a intuição. Geralmente as respostas às nossas questões vêm em momentos relaxantes, como no banho ou quando estamos quase dormindo: são os chamados insights. Muitas vezes a intuição é confundida com medos e desejos e para separar bem cada um, só com muito autoconhecimento. Ela é um guia interior, um sábio dentro da pessoa e para entrar em contato com a própria intuição, há exercícios de visualização, nos quais o indivíduo pode dar forma ao mestre interno e lhe fazer perguntas e é só confiar que a resposta vem. A nossa intuição pode errar? Não, ela nunca erra, pois se errar, não era intuição. (Virgínia Marchini)

INTUIÇÃO

(Olga Penteado)

Ao contrário do que muita gente pensa, não se trata de um dom mágico, mas de um conhecimento que todas temos e que nos ajuda a tomar decisões

Depois de haver criado a humanidade, os deuses entraram em uma discussão a respeito de onde esconder as respostas para as questões da vida. “Podemos esconder no topo de uma montanha. Eles nunca irão procurar lá”, disse um deus. “Não”, disseram os outros, “eles logo a encontrarão”. Então outro deus disse: “Podemos escondê-las no fundo do mar. Eles nunca irão procurar lá”. “Não”, disseram os outros, “eles logo as encontrarão”. Todos se calaram. Depois de algum tempo, outro deus sugeriu: “Devemos colar as respostas dentro dos homens. Eles nunca irão procurar lá”. E assim fizeram.

Quando chego ao Ser Intueri, um centro de estudos sobre intuição, de São Paulo (SP), Virgínia Marchini dos Santos, psicóloga junguiana com pós-graduação em Psicologia Analítica, conta essa lenda para mim. “Interessante, mas o que ela tem a ver com a intuição?”, pergunto. “Tudo”, responde Virgínia. “A intuição, ao contrário do que muita gente pensa, não é um dom mágico, sobrenatural, mas uma forma de conhecimento que todos temos. Ela está lá, dentro de nós.” Faz sentido, não? A diferença é que algumas pessoas a levam a sério – como você vai ler nesta reportagem –, ao passo que outras não prestam atenção. Se você está neste segundo grupo, a boa notícia é que essa habilidade pode ser aperfeiçoada.

O que é intuição, afinal? A palavra latina intueri, origem do termo, significa “ver interiormente, considerar, contemplar”. “A intuição é um conhecimento, como o racional, só que surge no nosso inconsciente: vem de dentro para fora”, explica Virgínia. “O lado esquerdo do nosso cérebro é predominantemente racional, lógico, analítico, enquanto o direito é ligado às emoções, à criatividade. O esforço que fazemos para obter uma informação é racional, é consciente. Já a intuição é a nossa capacidade de captar as informações que não estão no campo do consciente, e sim no inconsciente. Portanto, não passa pelo racional”, completa Angelita Corrêa Scardua, psicóloga com pós-graduação em Neurociências e Comportamento, de Vitória (ES).

Ou seja: o nosso lado racional armazena dados concretos, transmitidos por meio de palavras, de números, códigos que são compreendidos por todos ao redor. Já a intuição, ancorada no inconsciente, fala uma linguagem não verbal, por meio de símbolos, imagens, sensações, sinais extremamente sutis. A pergunta é: como interpretar essa linguagem? Se despir de preconceitos é o primeiro passo para quem quer ter a intuição como aliada. O segundo é prestar atenção em si mesma e em tudo que está à sua volta.

A linguagem dos sonhos

Durante boa parte da sua vida, a psicóloga Ana Paula Jorjão, também do espaço Ser Intueri, foi guiada pelo lado racional. Tinha um bom emprego como analista de sistemas, mas não estava feliz profissionalmente. Essa insatisfação já havia aparecido antes, na época da faculdade. No terceiro ano, teve um lampejo – “Vou estudar Psicologia”, disse para si mesma. Mas não levou a ideia adiante. Muitos anos depois, ao acordar, pensou: “De hoje não passa, vou mudar de profissão”. Dirigindo para o escritório, ao parar em um semáforo, se deparou com um outdoor de uma faculdade de Psicologia. Dessa vez, resolveu ouvir a voz interior. Passou no vestibular, conciliou a faculdade com o trabalho, se formou. Aí surgiu outro conflito: como largar um bom emprego aos 32 anos de idade e começar uma vida nova? Até que uma noite sonhou que estava dirigindo um carro novo, em uma estrada bonita. Já familiarizada com o significado dos símbolos, não teve dúvida ao acordar. “Na linguagem simbólica, dirigir um carro significa a condução da sua própria vida, assim, interpretei o cenário positivo como sucesso na nova profissão e isso me deu coragem para mudar”, conta ela, que trocou a área da computação pela psicologia e não se arrependeu. Pelo contrário!

A história ilustra vários aspectos característicos da intuição: a ideia que vem como um estalo (na verdade, os sinais estão lá no inconsciente), a coincidência ou sincronicidade (deparar-se com o cartaz no momento em que questionava sua profissão) e a linguagem dos sonhos. “Quando dormimos, nossa consciência adormece e mergulhamos no inconsciente”, diz Virgínia. Por isso, ele é uma das principais ferramentas para quem quer aguçar essa habilidade. “Experimente fazer este exercício: ao acordar, fique mais um pouco na cama e procure reviver as emoções do sonho sem deixar o pensamento interferir muito nesse processo. Depois, tente memorizá-lo, fale em voz alta ou escreva em uma caderneta”, ensina a psicoterapeuta Alina Discepolo, especialista em psicodrama, de São Paulo (SP).

Origem: Internet

Espaço Ser Intueri

Centro do Desenvolvimento do Potencial Intuitivo

Virgínia Marchini dos Santos

Olga Penteado

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 28/11/2017
Código do texto: T6184679
Classificação de conteúdo: seguro