Com o passar dos anos

Supõe-se que a cada ano ficamos mais sábios, experientes e mais cansados, isso é inevitável. Completamos mais um ano de vida que se aproxima da morte. Isso é indiscutível. Aos poucos vamos perdendo as forças por mais que tentemos fazer o contrário. Só vi o contrário na obra de ficção "O Curioso Caso de Benjamin Button".

A cada dia vamos sofrendo o processo natural da vida. Já nascemos envelhecendo.

Lembrei-me de Cecília Meireles quando se deparou consigo mesma no espelho e escreveu esse lindo poema:

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

a minha face?

Cecília Meireles , Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Assim nos sentimos com o passar do tempo. No entanto continuaremos lutando para fazermos parte da história de um povo, de uma comunidade, por isso gosto muito de lembrar de um poema de Francisco Otaviano que li quando fazia a 8ª série (atual 9º ano). Leia o belíssimo poema:

"Quem passou pela vida em branca nuvem

E em plácido repouso adormeceu,

Quem não sentiu o frio da desgraça,

Quem passou pela vida e não sofreu,

Foi espectro de homem, e não homem,

Só passou pela vida, não viveu".

Enquanto vida tiver lutarei.

Marinalva Almada, Cecília Meireles e Francisco Otaviano
Enviado por Marinalva Almada em 14/12/2017
Reeditado em 21/12/2017
Código do texto: T6198761
Classificação de conteúdo: seguro