Batom vermelho

Enquanto ouvia uma música internacional, cuja letra ela nem sabia o significado, se maquiava, se produzia... Ah, a música... ela amava aquela música, mas nunca se importou em pesquisar sua tradução, pois o que nela a encantava era sua melodia, a voz de quem cantava, o filme que passava em sua cabeça enquanto ouvia, a paz que aquele som trazia a sua alma. E o batom? Qual usar? Escolheu um nude... não queria chamar atenção. Achou meio sem graça, sem sal... borrou o rosto com nude. Tentou um rosa, rosinha, discreto, delicado, romântico. Gostou, mas queria ousar, queria mudanças... desfez aquele rosa, sem lamentar. Pensou no vermelho, ainda na embalagem inviolado. “Muita audácia!”, pensou. Muitos dizem que é batom de puta! Inveja das putas, que podem usar essa cor sem pudor. “Dane-se os outros! Dane-se o que pensam, e como julgam! Hoje minha boca vai usar vermelho! Hoje, e sempre que eu quiser, ousarei em despir-me de preocupações com pensamentos alheios”... E assim fez... lambuzou sua boca com a cor do pecado. E aquela cena com aquela música de fundo trouxe um novo sentido a sua vida. Despiu-se de seus próprios preconceitos. Tornou-se uma nova mulher!

Joalice Dias Amorim (Jô)
Enviado por Joalice Dias Amorim (Jô) em 04/01/2018
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