Vou contrariar o mundo...

Essa semana, li uma crítica do jornalista Odair Braz Jr. sobre aquela personagem da atual novela das 21h da TV Globo, que foi maltratada e voltou anos depois, super-hiper-ultra-mega vingativa de seus algozes. Em certo ponto do texto, ele diz: “Clara é boa, tem a essência de uma pessoa do bem. Fica difícil acreditar que alguém assim, por mais que tenha sofrido, se transforme tanto ao ponto de praticamente virar uma outra coisa”. E eu concordo plenamente com ele.

Ao longo da vida, a gente sempre se depara com alguém que tenta, a todo custo, nos prejudicar, “puxar nosso tapete”, chegando a atitudes extremas de nos caluniar e até intentar contra a nossa integridade física. Sim, por mais doloroso que seja, isso acontece. Na família, no trabalho, na igreja! Mas, nem por isso, a gente precisa ficar remoendo o passado. Acho que a melhor vingança é perdoar. E prosseguir. Deixar o próprio tempo se encarregar do resto.

Já passei por experiências que me maltrataram bastante. Estender a mão a quem, posteriormente, me vira as costas, vez por outra ainda acontece. E eu já pensei e repensei minhas atitudes. Questionei se vale a pena mesmo continuar sendo gentil, honesto, generoso nesse mundo tão subversivo. Refleti muito sobre aquela máxima que diz “quando vir alguém morrendo, acabe de matar”. Na verdade, por mais que a gente ofereça algo altruisticamente, a gente sempre espera um mínimo em troca. Que a pessoa não responda com ingratidão, pelo menos.

Também refleti muito sobre os desonestos da vida que, na maioria das vezes, se dão bem. Vejo tantas mulheres traidoras, fofoqueiras, oportunistas, mentirosas, desonradas que têm aos pés homens até bons. Enquanto outras, com características virtuosas, se virando sozinhas, sem ninguém que ao menos segure sua mão e prometa jamais abandoná-las. Já vi bajuladores sem mínimo preparo profissional progredirem na carreira; homens casados mantendo amantes...

Na verdade, o mundo sempre tentou me provar, a todo custo, que as pessoas maliciosas é que têm valor. Mas, como bem falou o crítico de novelas que citei acima, a índole de uma pessoa não é mudada facilmente pelas circunstâncias. Nem para o mal, nem para o bem.

Por isso, eu acho que continuarei tentando fazer a diferença nesse mundo, pelo menos ao redor de mim, mesmo não valendo tanto a pena. É da minha essência, e acho que está bem assim. De mim, ninguém sairá de perto sem um pouco de perfume nas mãos...

Aline Guedes
Enviado por Aline Guedes em 12/01/2018
Código do texto: T6223946
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