Flores Noturnas

Flores Noturnas

Ela era linda.

Seu corpo pequeno, forte como o aço, sempre carregando um peso extremo... não era esse o tipo de carga que os mais fortes tivessem a robustez necessária para elevar.

Nos sonhos mais lúdicos, sua mão estimulou a inocência, mantendo uma cúpula de apoio que jamais poderia aguardar de outra pessoa... de qualquer outro ser vivo.

Um corpo forte, uma mente capaz de expandir as próximas com sua humilde capacidade de ser a carne e os ossos... de ser a alma fixada em uma estrutura frágil como a porcelana.

falta a memória para ser tão afirmativo, não teria como ser diferente, teria como ser? apenas posso afirmar com a pouca validade que tem meu sentimento para aqueles que não o podem soprar.... um amor grande nasceu junto com a carne moldada naquele envoltório sagrado.

Muitos amores nascem e morrem, os laços mais perfeitos são ceifados pelas próprias células que os criam... elas os matam em determinados eventos que não tenho a essência para julgar.

Mas o amor que sempre existiu, não criado, não morto, não pode morrer, se torna fixo na linha tênue que separa vida e morte.

Deixou de ser, foi, era, esteve, viveu.... estados e rótulos tenebrosos de se ingerir durante qualquer leitura.

O sorriso, o choro, tudo o que o jeito e modos, deixado na nebulosa mente que tenta cessar a agitação das ondas com linhas expressivas.

Dor? um passo mais largo poderia tentar comunicar o que a pele e seu interior abissal controla para não perecer.

Tudo o que resta são as flores noturnas... secando a primavera e obscurecendo as luas.

Eu vivo com a morte.