## FUGINDO DO RASO ##

Fugindo do raso

Em alguma praias, quando a maré seca, a gente anda, anda, anda e a água não passa da canela. Uma vez andei bastante, tanto que a praia ficou muito distante, mas enfim, consegui chegar num lugar onde podia mergulhar, sentir um pouco as ondas, o corpo submerso, um nadar sem fim.

É boa a sensação de descobertas numa imensidão. Sempre gostei deste contato, pois nunca é igual. Não existe um mergulho igual ao outro. Fora a liberdade, esta de estarmos tão entregues ao movimento. Além disso, gosto de mergulhos profundos.

Comparo a sensação com as pessoas. Existem aquelas que parecem sempre rasas. A gente até tenta, anda, anda, anda, mas não passam da canela. As mesmas conversas, a mesmice, um papo óbvio e extremamente sem graça.

Já outras são como mergulhos na imensidão. Quanto mais falam mais tornam a conversa interessante, com a troca de ideias, observações inteligentes. São pessoas que você conversa sem perceber o passar das horas.

Ando fugindo do raso em todos os aspectos. A vida é curta, precisamos de mergulhos profundos.

Boa semana para todos.

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 18/03/2018
Código do texto: T6283965
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