Será realmente saudade?

É uma saudade, sabe!?

Saudade de algo que não sei se sequer existiu.

É saudade do amparo.

Da transparência e do fato de ter sido constantemente eu. Sem amarras.

Saudade de não ter que renegar constantemente minha insegurança por medo de assustar o outro ou outros.

Saudade de gritar, chorar ao telefone sem ter que esconder nada disso.

Saudade da companhia sem sentir que era uma imposição.

Saudade de sentir um abraço-casa.

Saudade de ser morada. Ser morada-casa habitada.

Saudade da segurança de ter com que contar.

Saudade da canina que aos sábados vinha me acordar.

Saudade da melancolia que sentia antes de tudo isso acabar. Porém, tenho que aceitar o fato exposto nas palavras de Machado que dizia "[...] o homem não é o meso em todos os instantes.".

Liesel
Enviado por Liesel em 22/04/2018
Reeditado em 22/04/2018
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