EM BUSCA DO NOVO NASCIMENTO

Na jornada da sua evolução, o Ser Humano tem duas estradas à sua frente: a estrada racional, onde ele examina todas as circunstâncias à sua volta, os instrumentos, os fatos, as experiências e as ideias, e sobre estes elementos ele constrói paulatinamente os seus conhecimentos, sobre os quais vai alicerçando as suas opiniões e suas convicções. A outra estrada é a espiritual, onde a inquietude natural do Ser Humano o conduz ao desejo de compreender também a razão da sua própria existência, a origem de tudo o que observa, incluindo até mesmo a compreensão do Universo com as suas galáxias.

Na via racional o Ser Humano consegue satisfazer melhor a sua inquietude, adquirindo uma grande diversidade de conhecimentos, embora muitas vezes mal utilizados. Assim como na via racional, também a via espiritual já se encontra instalada no Ser Humano desde o seu nascimento, e pela tradição esta via é supostamente percorrida pela chamada religião. O exercício dessa busca pela satisfação desse tipo de inquietude, além da sua antiguidade, repousa numa enorme variedade de tipos de denominações teológicas, que pelos usos e costumes, atraíram para si o nome de religiões. Isso tudo gerou uma grande confusão, numa miscelânea de crenças e superstições, desde os caçadores de cabeças das selvas asiáticas e dos rincões africanos, até os habitantes das grandes metrópoles do mundo moderno, onde todos os Seres Humanos têm o seu deus ou deuses pessoais, os mais variados, assim como os mais diversos modos de adoração, que acabam consolidando usos e costumes que se tornam tradições. Portanto, as religiões são apenas frutos da intrínseca inquietude espiritual dos Seres Humanos, e os habitantes das ilhas do Pacífico, e também da África e da América, conforme o antropólogo inglês R.R. Marett (1866-1943) já acreditavam que existia uma força sobrenatural, que produzia a vida em todas as suas modalidades. Isso significa que temos, coletivamente, uma consciência inata, em potência, que se desenvolve na trajetória evolutiva, e isso, em algum momento, será exposto de forma incontestável, alcançando uma compreensão generalizada, de forma a satisfazer conclusivamente a natural inquietude espiritual humana, o que representa o cumprimento da Promessa feita em Hebreus 2;11. Essa satisfação da Promessa é a concretização da Segunda Aliança mediante a ocorrência do Novo Nascimento, que permite a percepção do valor e do sentido da vida, que não é acidental e sem propósito, conforme esclarecido de forma bem ampla no Tratado “Dez Breves Lições da Theosophia”. Isso nos indica, de forma inequívoca e irrefutável, que não precisamos de intermediários na evolutiva trajetória espiritual. Porém, é preciso não ter preguiça e perseguir o conhecimento espiritual até receber o prêmio, que é nascer de novo.

O Novo Nascimento não ocorre através de uma simples decisão, ou da vontade do seu pretendente, (João 15;16) mas o empenho em buscá-lo, este sim, depende do Ser Humano (Mateus 7;7) (Jeremias 33;2,3) (Gênesis 32;28). Essa busca não deve ser feita através das fábulas e genealogias (I Timóteo 1;4), mas sim da substância da Palavra (Efésios 1;17,18), não se ocupando com questões tolas (Tito 3;9), observando que Moisés não entrou na Terra Prometida (Deuteronômio 1;17,25,27 e 32;51,52) (Hebreus 7;18,19) porque a Lei não aperfeiçoa. Além disso, a própria fé não vem do Ser Humano conforme Efésios 2;8,9), e a fé sem obras é morta (Tiago 2;14 a 18). Sem preguiça e com persistência, é preciso estudar a Bíblia, e também escritores como Jacob Boehme, C. S. Lewis e Francis Collins, entre outros, aproveitando a experiência daqueles que as registraram e as colocaram à nossa disposição, facilitando a nossa caminhada espiritual. Quem deseja evoluir, tem que abandonar a “zona de conforto” e construir a sua evolução.

O Novo Nascimento se encontra na Misericórdia do Pai, no Amor e na Graça do Filho e na Unção do Espírito Santo (Jeremias 31;31 a 34) e (Hebreus 8;8 a 12). Mas como encontrar o Filho, se Ele foi achado pelos que não O buscavam, e Ele se Manifestou aos que por Ele não perguntavam? (Romanos 10:20) E até aqueles a quem Ele não foi anunciado O verão, e os que não ouviram falar Dele entenderão! E então surge a pergunta: por quê? Ora, porque Deus tem misericórdia de quem quiser, compaixão de quem quiser, e endurece também a quem quiser, (Romanos 9;15 a 18) e porque Cristo também revela o Pai a quem quiser revelar (Mateus 11;27). Mas então, o que devemos fazer? O que depende de nós?

Eis o que depende de nós. Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mateus 22;37 a 39). Invoca-me e te responderei (Jeremias 33;2,3). Luta Comigo e Eu mudarei o teu nome e te abençoarei (Gênesis 32;28). Pede-me sabedoria, e Eu te manifestarei os meus mistérios (Eclesiástico 16;25), e farei com que conheças as sutilezas dos discursos (Sabedoria 8;8), para que saibas quem é o teu Pai, quem é o teu Guia e Pastor, e quem é o teu Mestre (Mateus 23;7 a 10), pois ninguém deve tomar essa honra para si mesmo (Hebreus 5;4).

Então entenderão tudo (I João 2:27), porque nasceram novamente (João 3;3 a 7), saberão até que mesmo que as Trevas e a Luz estão uma na outra e são a mesma coisa (Salmos 139;12), pois tudo está no Pai (Isaías 45;6 a 8), e ainda, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão em tudo o que foi manifestado, mas somente o Pai está também em tudo o que não foi revelado, porque o Pai é maior do que Eu (João 14;28).

Sem obtenção da Graça do Novo Nascimento, o Ser Humano não consegue compreender a linguagem espiritual, na sua profundidade, restando-lhe, porém, desenvolver o interesse em obtê-la através do seu empenho. Nesse sentido, convém observar Gálatas 5;16,17 / Efésios 4;17 a 32 / I Coríntios 2;14,15. É certo que os eleitos são escolhidos (João 15;16), como foi até mesmo um perseguidor dos cristãos, como o Apóstolo Paulo, mas a onisciência de Deus não erra: excluindo Cristo, quem é maior que Paulo no Novo Testamento? A onisciência Divina sabe perfeitamente quem deve escolher.

Os conhecimentos espirituais estão reservados para os intrépidos “mergulhadores” e para os valentes “alpinistas”, que conseguem abandonar a zona de conforto das planícies abarrotadas de futilidades, e assim como Salomão, se empenham na procura por Sophia (Sabedoria), a linda morena que habita no “Palácio da Theosophia”, localizado na mais alta montanha do mundo espiritual. (Eclesiástico 24:1 a 32)

P. S. – Se Você leu este texto até o fim, e consultou os indicativos bíblicos mencionados, já é um indício de que Você pode ser um “mergulhador” ou um “alpinista” espiritual.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 18/05/2018
Código do texto: T6339716
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