Mudar foi preciso

Sempre fui aquela garota...

Aquela que todos olhavam e pensavam “olha como ela deve ser legal!”.

Sempre esbanjava um sorriso a todos, sempre brincava.

Sonhava com um futuro perfeito, dançava como se não houvesse amanhã.

Simpática, dinâmica, extrovertida, com um brilho radiante no olhar.

Sempre educada (até com quem não merecia tal educação), sempre boa filha, boa amiga, boa ouvinte, disposta a ceder um ombro amigo, dando apoio e carinho, doando tudo de mim a quem considerava importante.

Mas isso foi mudando. Percebi que por mais que me esforçasse para ser tão boa, muita gente não dava a mínima para o que eu sentia.

Me magoaram, falaram coisas sobre mim, me deixaram de lado como se fosse um brinquedo que quando se cansa de brincar é deixado no canto ou é jogado fora.

Fui humilhada, não me deram valor pelo o qual tanto lutei e batalhei na vida, não notaram meu progresso, não ficaram felizes com minhas conquistas, nem sequer me cumprimentavam mais.

Então percebi que mesmo querendo “um milhão de amigos” não tinha mais ninguém comigo. Fiquei triste, chorei, me senti só, abandonada e pensando “será que sou errada?!” “Será que mesmo depois de tudo que fiz, do tanto que me doei meu destino é ficar assim sem ninguém?!”.

Então mudei, mudei algumas atitudes, comecei a me valorizar, a expor meus pensamentos, a dizer o que eu tinha vontade (sem é claro machucar as pessoas), comecei a fazer coisas que queria, mas que tinha medo de fazer por reprovação das pessoas próximas a mim.

Já não sou tão doce como era antes e não sorrio tanto quanto antes, aprendi a me valorizar antes de me doar a alguém, aprendi que se não há reciprocidade em qualquer amizade ou relacionamento, então não há convívio que dure.

Mudei, pois percebi que mudar é preciso, mas ainda continuo sonhando (as vezes acordada), e doando todo esse amor que guardo aqui a quem realmente me olha e vê que aqui existe um ser humano cheio de qualidades e defeitos, e que está disposta a ser amiga para quem precisar.