Mesa de madeira

Eu olho a mesa de madeira que repousa sobre o piso de madeira em tábuas simetricamente colocadas em permanentes paralelos. A mesa de madeira não se confunde com o piso de madeira, muito embora ambos objetos de madeira confeccionados sejam, diferenciam-se por incorporarem propriedades inerentes à diversidade dos indivíduos donde a matéria prima se formou em solos recheados de vidas passadas conectadas ao presente desenvolvimento de doces dosséis maciços de mata atlântica e cerrado, respectivamente.

Corrupção estrutural compulsória transforma as formas vitais em deformados ângulos retos em paralelos para eretos animais conscientes de sua inconstante consciência utilitariamente se apropriarem. A madeira da mesa continua sendo a madeira em sua forma anterior existencial coletiva. Eu olho a madeira de maneira rasteira em experimentar lapsos de memória não experenciadas pelos meus olhos, suponho atos e apenas vejo retratos individualizados calados em forma de mesa – de madeira.