EXCLUSIVO PARA ADULTOS

Todas as fábulas, como se sabe, tem um sentido que fica subjacente à sua literalidade, e as pequenas histórias infantis têm essa característica, que estimula as crianças a treinar e desenvolver a sua capacidade de raciocinar. Devido às severas perseguições aos Profetas primitivos, estes procuravam ocultar as suas inspirações espirituais que se chocavam com o “ensino” dos escribas, e por isso a Bíblia foi elaborada em sua maior parte, com as mesmas características das fábulas infantis, com a adoção de parábolas, metáforas e simbolismos, e também com a criação de personagens fictícios, apenas como símbolos, confundindo os furiosos escribas, sempre ansiosos para eliminar os Profetas.

Os escribas e os fariseus foram objetos de censura por parte de Jesus Cristo, como se vê em Mateus 23;1 a 39. O escriba, na linguagem da atualidade, é o teólogo, pastor, padre, presbítero, reverendo, sacerdote, bispo, missionário, papa, ancião, arcebispo, cardeal, diácono, pregador, etc., nomes utilizados para qualificar aqueles que “ensinam” os fariseus sobre a interpretação do conteúdo da Bíblia. Fariseu é o assíduo e convicto frequentador das solenidades e dos “ensinos” conduzidos e ministrados pelos escribas, cujos “ensinos” baseiam-se exclusivamente no sentido literal das palavras, sem alcançar a sua substância.

Os escribas, pelo teor de Mateus 23, incluindo todas as suas nomenclaturas acima mencionadas, geralmente não estão habilitados a ministrar o verdadeiro ensino sobre a interpretação da Palavra, a não ser que pela Graça tenham sido designados para fazê-lo, sem o que estão se inscrevendo em (Hebreus 5;4- Ninguém toma essa honra para si, a não ser quando é chamado por Deus, como foi Arão). Esse chamado de Deus, assim como os dons concedidos, é irrevogável conforme Romanos 11;29, conferindo ao agraciado o ensino que lhe concede a devida honra, incluindo-o em João 14;26 e I João 2;27.

Os escribas e fariseus são as crianças espirituais, que não conseguem alcançar o sentido real que se esconde sob o véu das fábulas e genealogias bíblicas, embora advertidos e admoestados por Paulo (Gálatas 4;9 a 11), (I Timóteo 1;4), (II Timóteo 4;3,4) (Tito 1;14 e 3;9) (Hebreus 5;11 a 14) e também por Pedro (II Pedro 1;16). Esses tais insistem na adoração de estátuas e da deusa dos efésios, às quais fazem orações e as carregam nos ombros nas procissões organizadas pelos escribas, conforme (Isaías 45;20 e 46;6,7) (Jeremias 7;17,18 e 10;3 a 14) e ainda (Atos 19; 23 a 41). Assim, não é dirigida para estes escribas e fariseus a sequência destes escritos, para os quais serão extremamente estranhos e impactantes, mas apenas para os adultos no espírito, e até para os agnósticos, que geralmente ostentam uma equilibrada postura racional, admitindo a existência de Deus, mas exigindo subsídios que possam ser alcançados pelo seu intelecto.

Com efeito, antes de tudo, esqueçamos as fábulas e genealogias, que são as histórias destinadas às crianças espirituais, tanto as inúmeras histórias contidas no Velho Testamento, como, inclusive, e para espanto de muitos, também a história da “sagrada família”, pois o adulto no espírito sabe que essa história é apenas uma parábola, como a maior parte da Bíblia. Excluindo-se os Profetas e Apóstolos, praticamente todos os demais personagens que constam das histórias bíblicas, são apenas figuras simbólicas, como integrantes dessas histórias, as quais contêm um sentido subjacente e oculto. Por exemplo, a travessia do deserto, conduzida por Moisés, e concluída por Josué, na verdade é toda a jornada da Humanidade, orientada inicialmente pela Lei (Moisés) e concluída pela Graça (Josué), que é Cristo. A Bíblia não se refere ao passado, mas sim ao presente; não a ontem, mas a hoje, aqui e agora, pois ela é atual, e deve ser estudada, mediante os devidos ajustes às nossas atuais circunstâncias.

O “deserto” é o caminho da nossa peregrinação no curso da nossa vida, e o “mar” que separa o “deserto” da “terra prometida” representa as inúmeras dificuldades que temos que atravessar nesse caminho, e o “canal” que se abre para nos dar passagem, é o Novo Nascimento, alcançado, como concessão, pela Misericórdia do Pai, no Amor e na Graça do Filho, mediante a Unção pelo Espírito Santo.

Quanto ao principal protagonista da história, Cristo, quem é Ele realmente? (João 8;12- Eu sou a Luz do mundo, quem me seguir jamais andará em trevas, mas terá a Luz da vida). Ele é a Luz n’lhões de vezes maior e mais brilhante do que o sol, postado no coração do Pai, que é o Universo, e que sustenta, em conjunto com o Pai e com o Espírito Santo, a inteira manifestação Divina, e por isso Ele é a Pedra Angular. Se Cristo se aproximasse só um pouquinho da Terra, esta se derreteria como um cubinho de gelo no oceano fervente.

Mas, os adoradores da Diana (ou Ártemis) dos efésios, a rainha dos céus, perguntariam: quem é então a mãe de Cristo? Ei-la: (Eclesiástico 24;24- Eu sou a Mãe do Amor Formoso). O nome dela é Sophia (Sabedoria), que se encontra na Theosophia (Sabedoria Divina). As crianças espirituais, acostumadas com as fábulas infantis, perguntariam: como então Cristo veio aqui na Terra? Vejamos como Ele já veio e como continua vindo, na condição de Filho do Homem, pois a sua aproximação, como Filho de Deus, determinará o fim dos tempos, como está escrito.

No sentido mais profundo, Cristo não vai a lugar algum, pois Ele ESTÁ desde antes da fundação do mundo, essencialmente, em todos os lugares onde estão as manifestações do Pai. Nós somos também manifestação, e Ele está, em potência, dentro de nós, como um embrião. Porém, em certo momento da evolução espiritual, no que nos diz respeito, como efeito da Segunda Aliança, (a Graça) passa a ocorrer, progressivamente, a impressão das leis divinas na mente e no coração dos homens, concedendo-lhes e ampliando o discernimento espiritual mais profundo, como uma característica específica do novo nascimento, pois o homem, antes de nascer de novo, está morto espiritualmente. Mas quando a Promessa “... na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei...” (Jeremias 31;31 a 34) (Hebreus 8;8 a 12 e 10;16,17) é cumprida, ocorre, simultaneamente, o nascimento de Cristo e o novo nascimento do homem (Efésios 2:4 a 6), que então passa a viver no Espírito de Deus. O cumprimento da Promessa é a concretização da Nova Aliança, quando então Cristo ressuscita dentre os mortos (que somos nós), nos quais Ele também estava morto. Portanto, a maior e a mais importante de todas as bênçãos para o Ser Humano é o novo nascimento, quando ele é transferido do Ministério de Moisés, (da Lei), para o Ministério de Cristo, (da Graça). Quando isso acontece, uma profunda mudança passa a se desenvolver no agraciado Cristão, conforme os dons espirituais que lhe forem conferidos. Além disso, o novo nascimento é o “passaporte” para a entrada na “Terra Prometida” (João 3;3 a 5), onde a Lei não entra, assim como Moisés, símbolo da Lei, não entrou. (Deuteronômio 34;1a 6)

Os adultos no espírito não têm preguiça de ler o texto por inteiro, e também de consultar a Bíblia para examinar em profundidade, o

conteúdo dos capítulos e versículos mencionados, podendo então firmar com segurança as suas conclusões. Os esforços para o crescimento espiritual são bem maiores do que os esforços para adquirir os conhecimentos racionais, pois no espírito a jornada é solitária, pessoal e direta, sem intermediários. Além disso, os conhecimentos adquiridos, por concessão, são pessoais e intransferíveis. Trata-se de uma jornada pessoal, adequada para os “alpinistas” e também os “mergulhadores”, os quais têm coragem e intrepidez suficientes para abandonar o conforto das planícies, por onde circulam as crianças espirituais. Geralmente, os viajantes preferem o conforto das planícies e têm a multidão como companhia, pois nas suas estradas sem íngremes aclives, e nem curvas fechadas ou declives vertiginosos, tendo em suas margens instalados confortáveis e luxuosos hotéis, restaurantes, áreas de laser, com múltiplas atividades para diversão, satisfazendo a todas as mais exigentes preferências, são atraentes para eles, como os brinquedos são atraentes para as crianças. Mas existem os “aventureiros”, diferenciados, que usando suas estranhas vestes, preferem subir nas montanhas, ou mergulhar nas profundezas marítimas, para desvendar os seus mistérios. Estes são acompanhados pela solidão, a sua fiel companheira com a qual eles convivem e conversam o tempo todo, irmanados na busca pelo tesouro escondido. Feliz jornada para todos, especialmente para os “alpinistas” e os “mergulhadores”, os adultos no espírito!

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 30/04/2019
Reeditado em 01/05/2019
Código do texto: T6635843
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