Inimigos de nós mesmos
O ser humano é, apesar da sua aparente crueldade, um dos mais frágeis da Natureza devido à sua capacidade de raciocinar. Os demais animais agem por instinto de sobrevivência e matam por necessidade de acordo com a cadeia alimentar. Sua busca, entretanto, é por alimentação e seus relacionamentos são para conservação da espécie e conquista territorial para obtenção do que precisam para sobreviver. Todos fazem parte de algum bando e a regra geralmente é muito simples: comandar ou ser comandado, liderar ou ser submisso - sem maiores conflitos ou questionamentos interiores e intermináveis. É, literalmente, a lei do mais forte!
O ser humano tem outras habilidades que podem se transformar numa faca de dois gumes. Quando usadas adequadamente podem favorecê-lo, quando de forma inapropriada podem transformá-lo em inimigo de si mesmo... E é o que acontece, infelizmente, com a maioria de nós. Criamos tanto que acabamos vivemos para o supérfluo, iludidos por coisas que não fazem parte da nossa necessidade fundamental.
Alimentamos mais o ego do que o corpo. Criamos com isso as injustiças e com elas as distorções sociais que acarretam disputas sangrentas e incompreensíveis para os marginalizados que se sentem injustiçados e para os confortáveis que se sentem ameaçados.
E, no final das contas, estamos todos errados. Nada disso é necessário... Criamos uma torre de Babel onde ninguém se entende e por isso mesmo sofre. Com a incompreensão do outro e com a dificuldade de entendimento das coisas que nos rodeiam e preocupam o nosso espírito.
Há mais lá fora do que precisaríamos ter, mas há muito mais dentro de nós do que poderíamos realmente compreender. Criamos regras com base nas nossas supostas necessidades e nos esquecemos que o principal é impor limites e não ilimitadas ambições. Amar ao próximo como a si mesmo deveria ser a máxima. Com ela tudo se resolveria...