O que você escolhe?

O que você escolhe?

Muitas vezes não conseguimos entender as pessoas. Não conseguimos entender suas brincadeiras, que soam mais como preconceitos, como constrangimentos. Sejam com outras pessoas ou conosco mesmo.

Algumas realmente precisam ressaltar o lado negativo dos semelhantes para se sentirem bem. E no âmbito moral, não do legal, no âmbito das cobranças que nos são feitas por nossa própria consciência, essa bússola natural do certo e do errado, temos duas escolhas a fazer diante dessas situações, a saber: entender que as pessoas não são más. Elas são apenas ignorantes e destituídas de amor próprio, de espiritualidade, de conhecimento de nossa essência, portanto.

E não tendo consciência da sua grandeza, de tudo que podem fazer de maravilhoso, acabam enterrando seus talentos e atacando para se sentirem bem. É o famosos "nivelar por baixo."

É um bom pensamento, com algumas verdades. Mas que nos distanciam das pessoas. Que nos tira a nossa necessária humanidade, como se fossemos seres superiores, tendo pena de nossos companheiros de jornada. Sim, antes de atingirmos a angelitude, imprescindível que nos tornemos humanos. Extremamente humanos, na acepção mais amorosa do termo.

Esse é, portanto, um pensamento de duas dimensões. Como uma figura geométrica, um retângulo, por exemplo. Ou uma pintura sem perspectiva. Eles têm comprimento e altura. Mas falta profundidade.

Ou podemos aceitar que nós não somos bons ainda. Não como poderíamos ser. E também falhamos nesse sentido, mais ou menos. Em maior ou menor intensidade, quando comparados aos outros, naturalmente. Mas não é esse o parâmetro que deveríamos seguir. Nós!

A minha melhora moral, no sentido de ser melhor para os outros, e não do que os outros, tem que ser guiada pela minha bússola, péo meu guardião do certo e do errado. Pelo conhecimento que a vida me ofereceu, que as vidas sucessivas me ofereceram. Pela minha bagagem espiritual. Porque algumas vezes o que eu critico nos outros é o melhor deles diante dessas ferramentas de crescimento, desses parâmetros imprescindíveis. E o que eu julgo superior em mim pode ser apenas vinte por cento do que eu realmente poderia fazer.

Esse é um pensamento que podemos chamar de três D. As pessoas ainda não são tão boas como poderíamos ser. As pessoas somos todos nós.

E aí? Ou as pessoas não são más ou nós não somos bons ainda. O que você escolhe ? Sua consciência, sua bússola.

Rodinei Moura