Hoje o dia está meio assim.

Curtir a brisa do momento aqui. O agora do depois ainda não é.

Tentou segurar por quê?

O medo da falta traz a sensação de necessitado, é que quando acaba algo do qual a gente muito quer, a gente sente falta.

Mas aqui tudo tem, aqui nada falta. A falta só é, quando a coisa quer aquilo que a coisa manipula, com intuito de muito ter.

A aula hoje foi muito interessante. Estou ainda tentando entender o vazio, sem saber qual o propósito no fim. Sabendo meramente, que só maconha pra me fazer sentir um pouco aliviado, ao menos no pensamento. A maconha muda todo o cenário. Eu acendi o baseado, a música mudou, o aroma mudou, a percepção se originou.

Antes eu estava desesperado, se continuasse assim, dificilmente estaria bem, os pensamentos estavam bagunçados, como eu conseguiria me concentrar em algo? Não sei. Não consigo me concentrar, os pensamentos fogem muito rápido, eles se alternam com muita rapidez de uma maneira que pouco consigo ver deles. Desse modo faço as coisas querendo logo o fim, para iniciar a outra de antes que o pensamento fuja, ainda que o faça em parte tão resumida. Porque esse pensamento de fazer logo, trava muito em fazer.

Depois de fumar, tudo isso acalma.

E quando fumo, consigo olhar para um sentimento só, e com mais tranquilidade consigo me manter nesse sentimento até pensar compreendê-lo. Os remédios não me auxiliam dessa forma, e ao contrário disso, eles em mim energizam o pensamento ainda mais, causando maior velocidade na sua aparição. Em vezes, ao ponto de me deixarem letárgico, sem a possibilidade de ver qualquer pensamento. Vendo tudo em um movimento branco.

Tive boas sensações na caminhada de volta.

E esses remédios psiquiátricos são lobotomicos. Eles igualmente bloqueiam o pensamento. Mas quando fumo maconha, tenho uma atenção no que penso, mais calmo, assim é possivel concentrar-se nele, e observa-lo com mais clareza, e com mais leveza navegar por ele também sem ser bruscamente forçado. Os remédios psiquiátricos travam, bloqueiam, impedem uma fluidez clara daquilo percebido.

Eu vou como? Vou pra onde? O quê? Não sei. Apenas vou! E da maneira orientanda que dá.

Jardel Labes R G
Enviado por Jardel Labes R G em 01/07/2019
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