diversão de areia
deve haver alguém em algum lugar
contando nosso tempo
com uma ampulheta.
deve haver também um caderno, com o nome de cada um de nós e daqueles que amamos escrito a lápis.
e quando menos esperamos
o tempo na ampulheta acaba e quem estava do nosso lado não está mais. quem lentamente escreve os nomes dos que amamos no caderno, apaga-os rapidamente com desleixo deixando tudo borrado e escrevendo um novo no lugar. e assim vai acontecendo a vida, num vai e vem de nomes. quem escreve é sozinho, nunca conheceu ninguém.
e não reconhece a sorte que tem
mas, se conhecesse, viraria horizontalmente a ampulheta e deixaria de apagar nomes no caderno.