diversão de areia

deve haver alguém em algum lugar

contando nosso tempo

com uma ampulheta.

deve haver também um caderno, com o nome de cada um de nós e daqueles que amamos escrito a lápis.

e quando menos esperamos

o tempo na ampulheta acaba e quem estava do nosso lado não está mais. quem lentamente escreve os nomes dos que amamos no caderno, apaga-os rapidamente com desleixo deixando tudo borrado e escrevendo um novo no lugar. e assim vai acontecendo a vida, num vai e vem de nomes. quem escreve é sozinho, nunca conheceu ninguém.

e não reconhece a sorte que tem

mas, se conhecesse, viraria horizontalmente a ampulheta e deixaria de apagar nomes no caderno.

Marcus Ajani
Enviado por Marcus Ajani em 18/07/2019
Reeditado em 20/07/2019
Código do texto: T6699122
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