FILÓSOFOS, CIENTISTAS E O SAPATEIRO

Zenão de Eléia - 490 a.C. - 430 a.C. Filósofo

Platão - 428 a.C. - 347 a.C. Filósofo

Plotino 205 270 Filósofo

Jacob Boehme 1575 1624 Sapateiro

Baruch de Espinosa 1632 1677 Filósofo

Albert Einstein 1879 1955 Físico Teórico

Robert Jastrow 1925 2008 Físico Teórico

Francis Collins 1950 Geneticista

Há 2.449 anos, Zenão de Eléia percebeu que Deus é o próprio Universo, não sendo, portanto, nem finito nem infinito e nem em movimento, pois todos os lugares estão unicamente no Universo, ou no próprio Deus, que por sua vez não está em nenhum lugar, pois Ele mesmo é o lugar de tudo o que existe, e tudo se movimenta dentro d’Ele. Como o Universo compreende em Si mesmo tudo o que existe, Ele não pode ser comparado a qualquer outra coisa, pois fora d’Ele não existe nada para que se faça a comparação.

Há 2.366 anos, Platão observou que através da sua racionalidade, os seres humanos concentram suas ideias apenas sobre o mundo material, mas através da luz do espírito, os sábios conseguem se deslocar dessa multiplicidade para o Uno, ou do efêmero para o eterno, pois todo conhecimento é reminiscência, desenvolvendo-se evolutivamente, como uma devolução do espírito para a razão, na progressão da sabedoria, que pode resgatar plenamente a verdade.

Há 1.749 anos, Plotino concluiu que não podemos exprimir uma definição sobre o Uno, pois a maior causa dessa dificuldade decorre do fato de que a compreensão do Uno não pode se dar nem pelo raciocínio, nem pela percepção intelectual, como ocorre com os outros objetos do pensamento – mas por uma presença que é superior a qualquer raciocínio. “Em verdade, o Uno não está ausente de nada, e, no entanto, Ele está ausente de tudo, de modo que sua presença só está presente para os que são capazes e estão preparados para recebê-la, de modo a poderem coincidir com Ele, a poderem estar em contato com Ele, a poderem tocá-Lo graças à sua semelhança, isto é, àquela potência que têm em si, que tem parentesco com Ele, posto que provém d’Ele. Só quando estamos no estado em que estávamos quando saímos d’Ele, é que podemos contemplá-Lo como Ele é em sua Natureza”.

Há 395 anos, Jacob Boehme teve a mesma percepção de Zenão de Eléia, como se observa em suas palavras. “Por isso deves saber que assim Deus é tudo em todos; onde Ele está no amor na Luz, está também na acerbidade e na angústia das Trevas, pois antes do tempo da produção só havia a fonte e, além disso, a Divindade que permanece em eternidade. Não há nenhum outro fundamento; não encontrarás nada mais. Poupa-te de sondar as profundezas, pois esse é o limite da Natureza. Não deves pensar que Deus tenha feito alguma coisa nova, que nunca existiu antes. Fora desse único Deus não há nada, uma vez que mesmo as portas do inferno não estão fora desse único Deus. O amor na Luz e a cólera nas Trevas não podem se apreender mutuamente, mas ambas estão suspensas uma na outra, como um único corpo. Os Sete Espíritos estão no Pai, que é o Universo composto pelas sete rodas imbricadas. A Luz que surge do combate dos Sete Espíritos é o Filho, e a ascensão dos Sete Espíritos na Luz é o Espírito Santo”.

Há 342 anos, Baruch de Espinosa teve a mesma percepção de Zenão de Eléia e de Jacob Boehme, e concluiu que o verdadeiro cristianismo esclarece que estamos e somos em Deus, e a encarnação não significa que Deus veio viver entre os homens, mas sim que Ele vive nos homens. Espinosa ataca duramente a teologia cristã por ter destruído essa verdade do cristianismo. Na verdade Deus se produz a Si mesmo e às coisas e ao homem, e esse modo de autoprodução é o próprio modo de produção do real. Assim, Espinosa elimina a ideia fundamental da teologia e da filosofia cristãs, ou seja, a ideia de criação de um Deus pré-existente que tira o mundo do nada. Deus se produz e produz as coisas pelo mesmo ato, e Ele é a causa de Si mesmo e das coisas, como causa imanente e não transcendente. A sua produção não visa a fim algum, pois é o seu próprio fim, e entre esse ato de produção e o produto não há distância a separá-los pois são uma só e mesma coisa.

Há 64 anos, Albert Einstein expressou as suas ideias sobre Deus, e sobre a sua própria crença. “Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do Universo – o único caminho é a intuição. A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia. Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por Si mesmo, na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade”.

Há 11 anos, Robert Jastrow, que prestou serviços à NASA, declarou: “Os Astrônomos encontram-se agora entre a espada e a parede porque procuram entender, pelos seus próprios métodos, que o mundo começou abruptamente num ato de criação, onde é possível inclusive rastrear as sementes de cada estrela, cada planeta e cada ser vivo no cosmos e na terra. E eles descobriram que isso aconteceu como consequência da atuação de forças que eles não esperam sequer descobrir... que existe aquilo que eu ou outra pessoa qualquer chamaria de forças sobrenaturais em ação, e agora, acho, um fato científico provado. Neste momento parece que a ciência nunca será capaz de erguer a cortina acerca do mistério da criação. Para o cientista que viveu pela sua fé na força da razão, a história encerra como um sonho ruim, Ele escalou as montanhas da ignorância, vê-se prestes a conquistar o pico mais alto; à medida que se puxa a rocha final, ele é saudado por um bando de Teósofos que estiveram sentados ali durante séculos”.

Nosso contemporâneo, o Geneticista Francis Collins, Diretor do Projeto Genoma Humano, afirmou: “Descobri que há uma harmonia maravilhosa nas verdades complementares da Fé e da Ciência. O Deus da Bíblia é também o Deus do genoma. Deus pode ser encontrado na Catedral e no Laboratório. Investigando a criação incrível e majestosa de Deus, a Ciência pode na verdade ser uma forma de louvor”. É oportuno mencionar, que ao desvendar o sequenciamento do genoma humano, Francis Collins se converteu de ateu para cristão, e escreveu o livro “A Linguagem de Deus”.

Neste restrito contexto, que se formou espontaneamente em um espaço de quase 2.500 anos, verifica-se uma natural convergência entre o espírito e a razão, ou a religião e a ciência, quanto aos seus conceitos sobre Deus. Então, os irredutíveis contestadores do espírito devem perguntar a si próprios, como alguns desses homens, respeitados pelos seus padrões intelectuais, chegaram a semelhantes conclusões acerca de Deus? Como um homem de 2.449 anos atrás, e um simples sapateiro, (o mais fecundo de todos eles) este há 395 anos, adquiriram os seus profundos conhecimentos espirituais?

Como observou o Físico Teórico Robert Jastrow, os cientistas, crentes da força da razão, quando já à exaustão, pelos seus penosos esforços ao longo de muito tempo, chegam ao pico da montanha, (conhecimento), se deparam com os Teósofos ali reunidos há séculos (Zenão de Eléia, Platão, Plotino, Jacob Boehme, Baruch de Espinosa, Albert Einstein), numa esteira de mais de 2.400 anos, com o conhecimento adquirido sem o menor esforço, senão apenas pela força do Espírito!

A evolução espiritual também desenvolve a sua trajetória inserida no macro planejamento, por isso, as conclusões finais já fazem parte desta época. Contudo, a linguagem espiritual se comunica exclusivamente de espírito para espírito (I Cor. 2:13 a 16) (Efésios 3:2 a 5), e no devido tempo tudo será revelado e tudo devidamente compreendido (Mateus 10:26,27). Como um desfecho para a peregrinação, podemos examinar o Tratado “Dez Breves Lições da Theosophia” na página 5 da Escrivaninha, assim como a ilustração exposta na página 38 do e-livro “O Caminho Para o Tudo”, com o exame dos textos bíblicos compatíveis, que ali estão indicados.

Para os intrépidos “Alpinistas” e “Mergulhadores”, que demandam persistentemente as montanhas e os abismos espirituais, para os quais se destina este texto, desejo uma feliz jornada, e que esta seja concluída com a sua integração à reunião dos Teósophos, lá no pico mais alto da montanha, onde Robert Jastrow está agarrado à última rocha, tentando ouvir a conversa dos Teósophos ali sentados desde quase 25 séculos, quando chegou primeiramente o Filósofo grego, discípulo de Parmênides, Zenão de Eléia, sem que nos esqueçamos dos Profetas do Velho Testamento e dos Apóstolos do Novo Testamento.

Est quaedam vera Lex, naturae congruens, diffusa in omnes, constans, sempiterna.

(Há uma certa lei verdadeira, segundo a natureza, espalhada entre todos os homens, constante e eterna)

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 22/07/2019
Reeditado em 23/07/2019
Código do texto: T6701740
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