UM POÇO
UM POÇO
Um homem, um poço.
Rasos pensamentos de cordas e calças curtas, a coragem de se debruçar mesmo ante o perigo de enlouquecer de amor ou sede. Se tornam mais fortes que vondade de matar a própria escassez de água.
Assim somos. A sede, a seca, o desejo do porvir, a fome, a necessidade de amar.
Combustíveis de altíssima octanagem, voláteis e não volúveis.
Amantes não de um instante mas de cada segundo dado a cada amanhecer.
Dê-nos as tabuas, os papiros, pergaminhos e devora-los-emos com nossas penas.
Tito Trugilho, 05 de outubro de 2019.