Secret

Você que era uma palavra bonita, virou intraduzível,

Foi-se embora sem nenhum pedido meu pra ficar,

como se tudo fosse assim tão pequeno.

Eu jamais teria coragem de dizer nada, eu nem queria.

Até porque o que existia entre nós era leve demais para eu tornar uma tempestade.

Eu gostei de quando a gente sorriu, quando a gente dividiu coisas em comum, sem apego nenhum, sem medo de dividir aquilo que tínhamos naquele breve instante.

Eu ligeiramente tua, e a gente era do mundo.

Existia entre nós uma liberdade tão gostosa,

Não sei em que momento você percebeu que isso não iria pra lugar nenhum.

Sei lá se você se preocupou comigo ou se escolheu teu caminho quando percebeu que eu era complicada demais. Ou se procurou o lado mais fácil. (Sei que não tinha lado fácil.)

A verdade é que eu não gostei quando você virou a página,

quando você fechou o livro, quando você parou de fazer parte da história, afinal, você era o parêntese daquilo que eu queria preencher mais tarde, eu acho, achava...

ou os três pontinhos que desafiava ser um segredo que ninguém jamais leria, pois as poesias que eu escrevia pra você diziam sempre tudo, mas sem revelar nada.

Eu achava bonito você ser reticências.

Mas não te culpo por fugir das minhas incertezas, não sinto tua falta, embora sempre lembre de você.

...Foi como uma musica que ouvi e nao decorei, embora vez ou outra eu ouça. (P.F)

Um livro que eu li e não me encontrei, mas que guardo em uma caixinha de bons e raros sentimentos.

A.M