Notas esparsas redigidas durante as eleições de 2018

No mês de julho de 2018:

Ciro Gomes diz que tem que acabar com a moral católica, Geraldo Alckmin alia-se ao Centrão... E representa ameaça ao Brasil o Bolsonaro?

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Sempre que ouvem alguém elogiar o, defender o, declarar voto no, Bolsonaro, admiradores de outros postulantes à cadeira da presidência do Brasil pensam, num misto de ressentimento e indignação: "Por que há gente que está a preterir [incluir, aqui, um destes nomes: Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva, Manuela Dávila, Guilherme Boulos], que é um ser perfeito, pelo tal de Jair, tipinho tão cheio de defeitos?"

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Em negociações com o Centrão, dinheiro público é a moeda de troca.

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Que história é essa de que o Bolsonaro representa uma ameaça ao Brasil!?

O Geraldo Alckmin é que foi abençoado pelo pastor Valdemiro!

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Dizem que Bolsonaro não pode ser presidente porque ele é maluco.

Ora bolas, sendo o Brasil um hospício então o Bolsonaro é o homem ideal para governá-lo.

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Os eleitores do Bolsonaro têm bom-humor; os anti-bolsonaristas, não. Estes alcunharam aqueles de bolsominions, e aqueles, contrariando o desejo destes, em vez de se irritarem, adotaram o apelido e transformaram os minions (personagens do desenho animado Meu Malvado Favorito), com algumas alterações estéticas, em mascotes. E recentemente, numa atitude ridícula de tão histérica, reação intempestiva, reveladora de estado de ânimo doentio, os anti-bolsonaristas externaram o horror e a indignação fingidas que lhes inspiraram um ato de Bolsonaro: o de fazer uma menina representar, com a mão, uma arma. E o que fizeram, em resposta, os eleitores do Bolsonaro, os bolsominions? Discursos vitimistas? Não. Enraivecidos, expuseram a bílis em público? Não. Transformaram a mão representando uma arma em símbolo político-eleitoral. E antes deste episódio, apelando para as ofensas mais desbragadas, numa demonstração de sordidez intrínseca, os anti-bolsonaristas, aglutinando, de Bolsonaro, as duas primeiras sílabas, com as duas primeiras do nome de um ideal político luciferino, e com o substantivo que designa a substância mefítica que lhes recheia a cabeça, criaram, respectivamente, os cognomes bolsonazi e bolsobosta.

E como reagem os anti-bolsonaristas ao tomarem conhecimento da existência de um apelido que os bolsominions criaram com o propósito de ridicularizá-los e aos seus heróis? Com humor? Não. Fazendo piadas com os seus heróis semi-divinos e consigo mesmos? Não. Destilando ódio, uns abertamente, não raro virulentos, outros dissimuladamente, com vocabulário e tom de voz de falsos requinte e civilidade, todos, feridos no ego, dando-se como ofendidos, destratando-os como criaturas desumanas e insensíveis que não respeitam a imagem imaculada de seus heróis impolutos.

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Assisti, da entrevista do Geraldo Alckmin ao Roda Viva, se muito, quinze minutos, o suficiente para perceber que os entrevistadores dirigiam-se ao entrevistado num tom ciciante, quase inaudível, e o entrevistado ocupava-se, como queria, do tempo, para, com a sua proverbial oratória sensaborona, dar-lhes as respostas.

Não erro se presumir que se deu na mesma toada, sem surpresas e entediante, o restante da entrevista.

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Ontem, no programa Roda Viva, Geraldo Alckmin disse que, na sua relação com o Centrão, há negociações, e não toma-lá-da-cá. Ora, toda pessoa que conhece um pouco da política brasileira sabe que com o Centrão as negociações se dão por meio do toma-lá-da-cá.

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Milhões de pessoas, quando crianças, fazendo de um tubo de caneta vazio e sem a tampa um canhão e de bolinhas de papel umedecido com saliva as bombas, já guerrearam-se nas salas-de-aula, casas e outros campos de batalha. E sob influência de tal atividade bélica, inspiradas por instinto latente guerreiro, converteram-se, já adultas, nos quatro cavaleiros do Apocalipse?

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Muitos meninos brincam de guerrinha, fazendo das mãos, dedos polegar e indicador abertos, e os outros recolhidos, revólveres, disparam tiros, acompanhados de onomatopéias 'tum', 'bâum', 'bum', 'tichim', correspondentes aos modelos de revólveres que eles imaginam empunhar, seguidos de gritos e euforia 'Acertei! Matei você!', e, não raro, de discussão 'Não matou, não.', 'Matei, sim.', 'Não matou. Eu não morri.' 'Você não sabe brincar.' 'Você é que não sabe.' 'Você é chato.' 'Você é que é.' 'Tô de mau.' 'Azar seu.'

E meninos, influenciados por tais atividades lúdicas, adultos, tornaram-se criminosos?

Mas para atacar o Bolsonaro, que fez uma criança exibir uma 'arma' com a mão, estão problematizando (esta é uma palavra do jargão progressista) as brincadeiras dos meninos.

Nota de rodapé: não sei se Caldas Aulete, Silveira Bueno e Aurélio Buarque registram as onomatopéias de tiros de revólver. Registrei, aqui, as que pude captar.

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Uma recordação: certo dia, há uns trinta anos, na escola Ryioiti Yassuda, dois amigos meus entretiveram-se durante um bom tempo, numa batalha imaginária, representando papéis antagônicos, ambos empunhando revólveres de brinquedo. Hoje, adultos, um casado, o outro não, são, o casado, excelente marido e ótimo pai, o solteiro, ótimo filho, irmão e amigo, ambos honestos e trabalhadores.

Lembrei-me do fato ao tomar conhecimento do bafafá em torno de um ato público do Bolsonaro, irrelevante, mas que assumiu dimensões extraordinárias porque há, no Brasil, muitas criaturas hipersensíveis, fingidas, que se horrorizam, se indignam (melhor, fingem horrorizar-se e indignar-se) com qualquer bobagem.

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Bolsonaro, malvadão, fez uma criança representar, com a mão, uma arma-de-fogo. Resta saber de qual marca e modelo.

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Quando meninos eu e muitos outros hoje adultos, brincávamos de guerra usando mamonas e carrapicho como munição. E nenhum de nós se tornou um senhor da guerra.

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Critica-se o Bolsonaro, e o dão como despreparado para exercer as obrigações de presidente do Brasil porque ele não tem experiência no Executivo. É verdade. Ele não tem experiência; a carreira política dele resume-se à atividade no Legislativo. Resta saber o que os presidenciáveis com experiência no Executivo fizeram com a experiência que têm. Usaram-na para o bem do povo, ou para aumentar os próprios bens e os de seus aliados?

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Os anti-bolsonaristas, em sua maioria, para não dizer todos, são favoráveis a políticas de erotização das crianças, ideologia de gênero, e a exposição de não sei o quê - dizem que é arte - tendo um homem, deitado, nu, e uma criança a tocá-lo, estão, agora, simulando indignação, horror, ao ato, deplorável, declaram, do Bolsonaro. Além disso, eles apóiam Nicolá Maduro, cujo governo, socialista, comunista, está matando de fome crianças, e, em nome da liberdade de as mulheres darem o uso que quiserem aos seus corpos, atendendo ao lema 'meu corpo, minhas regras', são favoráveis ao assassinato de crianças ainda no ventre de suas mães.

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É emblemática a histeria dos anti-bolsonaristas diante do episódio que Jair Bolsonaro protagonizou, coadjuvando-o uma criança cuja mão direita, polegar e indicador abertos e os outros dedos recolhidos, representava uma arma, que, ainda ninguém definiu, ou era uma pistola (semi ou automática), ou um revólver - e os estudiosos em armamentos, considerando o dedo indicador da menina, muito curto, descartaram duas hipóteses: a de a arma que a mão dela representava ser um rifle; e a de ser uma metralhadora.

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Em ato público, Bolsonaro 'ensina' uma criança a fazer da mão a representação de uma arma, e o mundo desabou. Vêem em tal ato do Bolsonaro algo deplorável, cruel, desumano, que atenta contra a inocência de uma criança. E quem são as pessoas que o criticam? As mesmas que dizem que são de arte obras expostas, uma, no MAM, em que uma criança toca um homem nu, e outras, satânicas, no Queermuseum, e que se calam diante do sofrimento de milhões de cubanos, venezuelanos e nicaraguenses, muitos deles crianças, todos vivendo sob a foice e o martelo dos socialistas-comunistas Castro, Maduro e Ortega.

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Aqueles que simularam indignação com o ato público do Bolsonaro, que fez uma criança representar, com a mão, uma arma, são apoiadores incondicionáveis de políticos criminosos, alguns já condenados pela justiça e presos, e defensores da ideologia comunista, a mais letal ideologia que o universo já conheceu.

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Não importa o que faça, Bolsonaro jamais receberá um tratamento correto dos esquerdistas, dos socialistas, dos comunistas. Ele aparece em público, tendo ao colo uma criança com os dedos da mão direita representando uma arma, e o tratam como se ele fosse o capeta encarnado. Se não houvesse a 'arma' na mão da criança, diriam que Bolsonaro é um abusador de crianças. Se Bolsonaro aparecesse em público desacompanhado de uma criança, diriam que ele estaria transmitindo uma mensagem: a de que, se eleito presidente, irá enviar todas as crianças brasileiras às câmaras de gás e aos campos de concentração, para exterminá-las.

Este texto é só um exercício de imaginação baseado em fatos reais. Ora, se dizem que Bolsonaro é nazista, então não estou exagerando.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 31/10/2019
Reeditado em 31/10/2019
Código do texto: T6783709
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