Sim. E foi por conta própria. Fiz releituras das pessoas que me tornei ao longo do tempo, encontrei fotografias na mente de momentos que vivi e foram prazerosos, outros nem tanto, mas todos essenciais para que descobrisse informações valiosas sobre minha personalidade. Os pontos de vista pelas quais lutei e acreditei como verdades absolutas em determinados momentos neste instante percebo o quão mutável fui e continuo sendo e, aliás, certo dia, em um bate papo com uma amiga ouvi a seguinte frase: “não jogue pérolas aos porcos”. E descobri, na primeira possibilidade de refletir sobre mim, que jogar pérolas aos porcos tem sido o meu passatempo já há alguns anos. Não fui justo comigo. Nem posso continuar agindo assim, portanto decidi voltar. Olhar as pegadas, as marcas, os passos, os acertos e erros e fazer de tudo isso a minha motivação para entender de vez que não posso deixar na mão de outra pessoa (ou outras pessoas) a responsabilidade desta trajetória de vida que é apenas meu pertencimento.

Quero sentar na varanda e analisar se fiz tudo o que quis fazer, fui aos lugares que desejei, viajei aos destinos que sempre sonhei e ter a consciência de que cada decisão foi baseada no bem que eu poderia ter feito naquele momento para mim e de quebra, aos que amo e/ou amei.

Sim, amei. Aproveito para desafogar do meu coração o peso que é estar grudado mentalmente a alguém que um dia me fez muito bem, mas que hoje representa apenas os bons momentos. Então, um belo e agudo: VAZA! Existem tempos para todas as coisas, e alguns já podem ser lidos no pretérito. Inclusive este.

Assisto em minha mente o levantar das taças e um champanhe incrivelmente saboroso marcando uma nova fase, um novo começo, oportunidade, escolha – escolha! – de ser a melhor e mais verdadeira face daquilo que poderia chamar de eu. Um brinde!
Hilton Luzz
Enviado por Hilton Luzz em 24/12/2019
Reeditado em 02/08/2020
Código do texto: T6826231
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