De volta pra casa

E de repente a gente se percebe tão estranho...

Sim! Estranho a tudo que nos era e é tão essencial.

É sério que estamos precisando reaprender a estar em nossa própria casa?

Sim! Como antigos prisioneiros que precisam ser ressocializados, aqui estamos nós em nossos lares.

Reaprendendo a sermos simplesmente nós mesmos

As máscaras pesam!!! Agora que percebemos!!!

Olha aquela foto antiga!!! Estamos envelhecendo rsrs.

Os nossos filhos cresceram tão rápido!!!

O almoço está na mesa e pela força do hábito a gente envia um zap pra avisar

Ops! Falar de perto é tão melhor!

É tão bom conversar, falar bobagens e rir à toa

Os idosos contam dez vezes a mesma história mas, que isso importa? Talvez agora eles realmente tenham só o passado.

Vamos aproveitar o máximo a sua frágil e sábia presença.

Quanto aprendizado!! Ou melhor, quantos ressignificados!!!

Onde estávamos todo esse tempo?

Acelerados correndo atrás do vento?

Talvez sim, como disse o desapontado rei Salomão.

Diante da suprema conquista e posse de tudo que a sua alma desejou, o poderoso rei se depara com a libertadora verdade:

Vaidade de vaidades, tudo é vaidade...

É isso!

Então percebemos que no fim de tudo, a simplicidade é o que nos preenche

Ela é a mãe da liberdade

Mas nós esquecemos disso!

E os nossos filhos? Eles nem sequer sabiam dessa verdade

Estávamos tão ocupados e acelerados

tentando compensar-lhes com "coisas" as nossas ausências que nos esquecemos de contar- lhes o que realmente importa

Que ser é melhor do que ter

Que um abraço vale muito mais que um like

Que a mesa ainda é um lugar de comunhão

Que estar junto é melhor do que estar online

Que se doar é melhor do que dar

Que a vida pode ser mais leve sem as máscaras que a vaidade insiste em nos colocar

Que nos aceitarmos como somos é o antídoto contra a ansiedade.

E que no fim de tudo, as pessoas mais importantes da vida são aquelas que nos amam e aceitam incondicionalmente como somos, sem filtro, sem make up, sem máscaras.

Elas estão no nosso lar, o porto mais seguro, onde, entre idas e vindas, trancos e barrancos, sempre vamos encontrar aconchego, acolhimento, refrigério e consolo. O nosso lar é onde somos livres. Onde a vida é leve. Onde máscaras não tem utilidade. Onde a ansiedade se esvai no abraço. O nosso lar é o lugar pra onde sempre iremos voltar.

Elaine Monte
Enviado por Elaine Monte em 20/03/2020
Reeditado em 21/03/2020
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