Lamento social
Sou as mãos calejadas de meu pai,
Suor forjado em batalhas desiguais,
Sem títulos, sem tesouros, com pás.
Sabe aquele ditado fugaz?
Vai, é só correr atrás!
Rapaz! Se o falador soubesse a distância,
Nem cansaria conjugando o correr com tanta pujança.
Aqui não fala um sujeito, até porque em nome próprio,
Só uns dois por cento conseguiria.
Aqui fala mais um, dos muitos que são estatísticas,
Sou um mero acaso, que pisa num espacinho reservado.
Questiono agora, sem muito embasamento, na curva da nova moda,
Seria o multiverso a própria vida individual?
Afinal, que teoria teria melhor aplicação?
As possibilidades são infinitas, permeadas por contradição.
E nessa totalidade de massa, tempo e matéria,
Uns vivem, outros sobrevivem e outros se vão.
Neste momento, sem amarras, seja apenas pontual.
Diga-me, olhando em volta e dentro do seu coração,
Qual é seu verdadeiro universo?