Tudo escrevi
num puxar canto de papel,
canto d'olhos mudos...
ah, esse resto de viveza
a se debater em cochilos.
Consolo de dor
num recoser.
Entre o ler e o queimar há um jogo
sereno exposto à neblina,
barrando letras últimas.
Bilhete talvez,
não mais,
encomenda fugaz,
nada mais verte
na sanha da senha
que se manifesta, seca, sem arestas,
doendo papeis mofados, tristes, enfadados.
Na curva turva que segue, sigo,
há muito de mim comigo.
TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 16/07/2020
Código do texto: T7007817
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