As fotografias

Hoje, assim com ontem, vejo o passado em meu presente, sentindo as emoções dos tempos vividos...

As reticências constantes são a forma de materializar sua continuidade no arcabouço da memória consolidada...

A cada gesto e a cada olhar, que foram parados no tempo e no espaço, refletem a extensão da memória aos que conseguem enxergar...

Assim são as fotografias, que materializam o lapso temporal trazendo à imagem à extensão da memória.

Por ela são passados gestos e ações, eventos e sintomas... Por vezes, até fragmentos do que foi sentido, vivido, realizado, sofrido, conquistado, amado, enfim, consumado!

Consolidado em um passado, ressuscita-se para trazer ao presente à contemporaneidade. Às emoções guardadas, por vezes mantidas em silêncio, mas falantes em nosso interior.

São percepções que no transcurso dos tempos, passado-presente, estão em rota de colisão com nossa forma de encarar a vida, e de se perceber no mundo que nos cerca.

São iluminuras que nos permitem enxergar o mundo anacronicamente, sem quais níveis de exigências de coesão e de coerência, muito menos de estética e de estilo.

Não são apenas imagens que se mostram em perspectivas às profundidades das cores. São também expressões/projeções de se ver, como um reflexo do espelho procurando se encontrar na imagem projetada.

Nesse momento, o tempo parou...

E quando viemos dar conta de tudo isso, esse tempo não existia mais.

Apenas lembranças, deixadas pela marca das fotografias.

Luiz Carlos Serpa

Luiz Carlos Serpa
Enviado por Luiz Carlos Serpa em 21/07/2020
Reeditado em 02/08/2021
Código do texto: T7012015
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