Encruzilhada III

Mesmo se és puro feito mármore, que tente se lapidar com perfeição

E apenas pinte sua musa e a faça pagar por milênios pelo teu pecado

Descanso hoje em meio a um pomar de esferas vermelhas e o céu azul

O dia que você encontrar semelhança entre Babel e ícaro começará a entender do que é feito o céu

Deixe que partam, eles jamais entenderão o sentido da vida

Então reze filho, peça dessa vez para deus, para que nós não passemos mais a angústia da fome

Lembre-se garoto, você é apenas um homem… um homem que tem o dom de pensar

O retrato de uma jovem mulher que futuramente será esquecido

Um relato após as seis de uma virgem dos rochedos no canal saint-martin

Vênus que chore perante meu afeto a gaia e seus filhos

Apesar que em rosários não me deite, celebrarei essa festa aqui

Rafael em seu fervor, que sente e coma conosco

Feito um homem orgulhoso eu moldo as pedras

faço a minha versão de deus e a venero

e com’o divino me tranco em sua casa

para no fim criar adão

Éden és a fornalha que lhe endurece

e o meu sopro será a vida

de sua costela trarei a sua amada

por minerva lhe concedo eva

Se rejeitas as minhas melhores frutas

para comer do melhor cordeiro

digo a ti para cavar mais esse poema

e apunhalar daquele que tem o mesmo sangue que ti

O homem não pode prestar adoração a hélios

pois seria como pedir a punição divina

e em sua castidade de pisar nos céus

sem sequer entrar em etemenanki

O vitruviano do ser pensante

cujo não possui em suas mãos a felicidade

apenas vasos sanguíneos e um dom

para moldar argila e fazer um homem

O homem é triste por natureza, depende dele para buscar felicidade

não acredito que sou mal feito maquiavel

afinal a sociedade não me corrompeu sendo pobre

mas será que fui bom por necessidade?

O contentamento descontente é viver sorrindo no mundo podre

entender o preço do vinho antigo e o valor da moeda

contentar-se com o prazer farto a meretrizes formosas

saber que mesmo comendo todo o prato eles ainda morrem de fome

Em um quarto pequeno lotado a livros

ao lado dele eu me traço

chamando-me de Madonna

mas em seu olhar suspira apenas,(traços de maneiras) ….lisa(s)

Como me dividem no mundo vasto dessa arte que componho

se uso o nome de sete para tomar as descendências renascentistas

grito hoje em beira-mar o meu novo nome e digo mais

aguardo ansiosamente pela tua ira após parir um filho mesmo tendo me castrado

Prezo o amor a segunda mulher de meu sogro

mas em respeito a minha mãe, cuido de todas as damas

a maria deixo minhas preces e confissões

deus, se existe… quero que peça gentilmente o meu perdão

Meu casamento será em caná

tomando o coração da virgem e a chamando de esposa

ô seymour, lhe prometerei muito mais que o dinheiro compre

e que meu pai me deixe a herança para que eu cuide de ti, o meu prazer

Desejo deitar-me em meio ao inferno/ descansarei contente

ao lado de minha amada/ em meio a última ceia

que eu me case de novo e tenha um filho/ leonardo invente um novo garfo

e que fragmente esse verso e descontente o leitor/ desculpe a exigência

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 21/10/2020
Código do texto: T7092688
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