Casa da servidão
Noite linda
O sereno perdido tocando em tudo
Vento frio avoaçando meus cabelos
Ponho a cara na vida
Noite comprida
Que espera ansiosa para amanhecer
Demora
Mas fechando os olhos percebemos os primeiros raios em pouco tempo
Ansiosa pelos primeiros sinais de luz
Olho pelas brechas do telhado
Que estão acesas parecendo vagalumes
E o meu quarto em trevas medonha
Não temo mais a nada
Aprendi a amar tudo isso
É o que de fato sempre me pertenceu
E o tempo todo estava reservado para mim
Sigo contando as horas
Indiferente tenho pensado que luz e trevas levam ao mesmo lugar.
E eu juro por essas horas que são
Jamais colherei o que está no chão
Jamais voltarei a casa da servidão.