Sábado de lua cheia

     Sábado de lua cheia. Tranquilo, agradável, doce, esperançoso. Ela nunca tinha vivido algo parecido até onde podia se recordar, entretanto, guardava o vislumbre desse sonho.

     Naquela ilha repleta de segredos, a luz da lua tocava o mar e formava um reflexo estupendo, um poema narrado pelo vaivém das ondas. Ela poderia perder horas admirando os encantos singelos da noite sem nunca deixar de se impressionar.

     Voltaria tarde da noite e cairia de sono até acordar com o cheiro gostoso de batata-frita, com pulseirinhas que brilhavam no escuro e tornavam a pista de dança ainda mais inebriante.

     Antes toparia o convite de algum desconhecido para dançar e numa troca de olhares também aceitar alguns beijos sem apego. Desejaria a presença dele para as músicas mais lentas, para aspirar as notas do perfume dele e o calor dos lábios desejosos pela permissão formal para deleitar-se com aquela poesia apreciada sem reservas nem preconceitos.

     Nas linhas restantes, pensamentos mil. Um passo para lá, outro para cá. A pista esvaziou-se aos poucos até chegar a hora de voltar para o aconchego do lar porque por melhor que possa ser uma festa, nada se compara à sensação de cerrar os olhos pesados de sono e só despertar quando o sol está a pino.

     Sábado de lua cheia, meados de agosto... às vezes pode ser uma árdua missão encontrar a sua princesa no meio da multidão se você se guiar pelos valores errados, mas apesar de não usar coroa na cabeça nem vestidos suntuosos e não possuir muita experiência com sapatos, o olhar te guiará até o destino certo, tal qual a luz da lua toca o mar.

Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 20/03/2021
Reeditado em 08/01/2022
Código do texto: T7211235
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